Ápice

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16 de Janeiro de 2001 (domingo)

Era bem cedo quando Draco surgiu em seu quarto da Malfoy Manor. Ele ouviu Tinker tilintar em reconhecimento e virou o rosto em sua direção, saudando a pequena fada com um sorriso.

— Oi, Tink.

Tinker voou ao redor da cerca viva alegremente.

Draco passou a noite em claro, o "sim" girando através de seus pensamentos, deixando-o em êxtase e ansioso. Havia somente mais uma pessoa com a qual precisava - e queria - dividir aquele sim. Sua mãe. Narcisa veio a margem de seus pensamentos durante a madrugada e ele sorriu para o escuro enquanto Hermione ressonava em seus braços, perguntando-se o que sua mãe diria à respeito.

Por isso ele estava lá.

Para contar a ela que pediu a mão de Hermione em casamento. Casamento. Ele riu consigo mesmo e pendeu a cabeça para trás em descrença.

Draco saiu para o corredor, apurando os ouvidos e se deparando com o silêncio absoluto que sempre reinou naqueles corredores. Com as mãos nos bolsos, caminhou, devaneando sobre crianças correndo por ali, suas risadas ecoando pela mansão, dando vida ao lugar como nunca antes.

Ao chegar ao piso inferior, porém, ele pode ouvir a voz de sua mãe, suave e aveludada enquanto cantarolava uma canção. Lembrava-se de despertar exatamente assim, ouvindo sua mãe cantar baixinho enquanto acariciava seus cabelos. Involuntariamente ele sorriu, pensando sobre como aquilo era uma das poucas coisas que lhe deixou saudades sobre aquele lugar.

Draco empurrou as portas duplas da sala e encontrou sua mãe sentada em uma cadeira da varanda, com agulhas de tricô em suas mãos pálidas. Narcisa usava um vestido longo azul claro, diferente de sua habitual escolha de cor, que sempre era algum tom de verde escuro. O vestido lhe realçava os olhos e ela sorriu ao ver Draco em seu espaço.

— Querido!

— Olá, mãe.

— Veio para o café da manhã?

— Na verdade não, mas posso ficar, se quiser.

Narcisa ampliou o sorriso.

— Vou pedir para colocarem mais um lugar à mesa.

Em um segundo, um elfo de aparência jovial surgiu ao lado de sua mãe. Draco não o reconheceu, mas sorriu satisfeito ao ver que a pequena criatura usava tênis de corrida.

— Walle, coloque mais um lugar à mesa e providencie panquecas com chocolate, por gentileza — Narcisa disse ao elfo, porém seus olhos estavam em Draco.

— Imediatamente, senhora! — Walle respondeu e desapareceu logo em seguida.

— Você parece mais jovem — Narcisa comentou, ainda sondando o mais novo — Está sorrindo atoa.

Draco arqueou uma sobrancelha.

— Tenho 20 anos, eu deveria parecer diferente?

— Hermione Granger — sua mãe pontuou, levantando-se e passando a mão sobre a camisa de Draco — Ela fez bem a você. Gosto dessa menina.

Draco sorriu, travesso.

— Pensei ter dito que você não pisaria mais nesta casa.

A voz de Lucius chegou até Draco por trás, arrastada e com um leve quê de ironia. Draco olhou por cima do ombro. Lucius adentrava a sala com sua bengala, que agora não passava disso, uma simples bengala. Sua varinha confiscada havia sido reduzida em mil pedacinhos de madeira quando chutaram ele para Azkaban.

Doce Acaso - Dramione Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon