Doce Acaso - Dramione

Pequenos Instantes, Grandes Significados

Draco se virou defronte para uma Hermione ruborizada e paralisada. Ele pegou o rosto dela em suas mãos e aproximou os seus rostos. Hermione mal conseguia respirar, não com ele ali, segurando-a, com a respiração mesclando-se à dela, nu, com as veias de seus braços de músculos sinuosos destacadas, tendo acabado de pedi-la em casamento.

— Eu queria que você se lembrasse desse momento para sempre — Draco sussurrou e exalou uma risada curta — Não era bem assim que eu imaginei, mas... Eu não consigo mais me segurar, Hermione.

Hermione engoliu, desnorteada, pelo pedido, pela beleza de Draco, e pelo desejo que ele sempre despertava nela. Molhado, inúmeras gotículas de àgua escorriam por sua pele, seu cabelo encharcado estava cinza e algumas mechas caiam em suas sobrancelhas, dando a ele um aspecto mais jovem. Draco roçou o nariz no seu, e Hermione suspirou, fechando os olhos.

— Eu não tenho um anel agora — Draco sussurrou novamente e sua voz era hipnótica — Eu sei que você não liga para o meu dinheiro, mas eu juro, juro que irei comprar a mais cara e linda aliança — Hermione riu suavemente e abrindo um sorriso, Draco continuou: — Eu vou me ajoelhar, vou pedir que se case comigo mais uma vez e vou ser o bruxo mais feliz desse mundo se você disser que sim. Então nós vamos nos casar em qualquer lugar que você queira. Qualquer lugar. E se você não quiser o meu sobrenome, eu posso abdicá-lo pelo seu. Tudo o que você quiser. É só você pedir.

Hermione abriu os olhos para os dele. O sorriso de Draco diminuiu enquanto ele a encarava, dando espaço para uma expressão séria e obstinada. Ele a queria. A queria para sempre e não havia resquícios de dúvida em seus olhos. A reciprocidade era esmagadora e só havia uma coisa que Hermione queria - e precisava - dizer. Então ela disse em voz baixa:

— Eu quero me casar com você.

Um sorriso radiante se espalhou pelo rosto de Draco e mordendo seu próprio lábio, ele quebrou os poucos centímetros que separavam suas bocas. O beijo era suave, apaixonado, sem pressa. Draco desceu as mãos do rosto dela para a sua cintura e a puxou para o seu colo, em seguida subiu uma das mãos para varrer seus cabelos para trás, deixando o seu pescoço livre para que ele encaixasse a mão ali. Em busca de ar, ele separou minimamente os lábios dos lábio de Hermione, e ronronou:

— Hermione Jean Malfoy?

— Soa perfeito para mim — Hermione respondeu em um sussurro, abrindo um lindo sorriso antes de Draco selar suas bocas novamente.

. . .

Estava escuro, porém em meio a penumbra era possível distinguir o contorno de uma construção pequena. Galhos e folhas secas se quebravam sob os pés que vacilavam e corriam desesperadamente em direção ao único lugar que parecia ser seguro dentro daquele bosque. A construção era um chalé e a madeira rangeu quando ele pulou para a varanda. Um empurrão com ombro e a porta se escancarou, dando passagem para ele. A corrida diminuiu, mas a respiração ainda era descompassada. Era o som do pânico. Dentro do chalé era ainda mais escuro e aos tropeços, ele procurava por um lugar para se esconder. Embaixo de uma cama velha e quebrada pareceu uma boa opção e sem tempo para pensar mais a respeito, ele se esgueirou para debaixo dela, arrastando a poeira e as aranhas com suas roupas surradas e sujas de sangue. O seu sangue. Então houve silêncio. Um silêncio duradouro e opressor. De repente, o rosto disforme de uma mulher, com a cabeça pendurada para o lado, surgiu, ocupando cada centímetro da televisão.

O personagem - extremamente burro para a humilde opinião de Draco - berrou a plenos pulmões. Draco e Nott barraram com o rapaz e se encolheram em seus lugares, enquanto Hermione desatava a rir de ambos.

— Mas que porra, Granger! — Draco chiou, empurrando Nott que se espremeu contra a lateral de seu corpo.

— Você vai me deixar dormir com vocês — Theo disse exasperado, desviando os olhos da mulher desfigurada, que acabara de puxar o rapaz para si e pairava em cima dele — É sério!