A Constelação de Draco

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— Podemos ignorar o Potter, ele nunca vai saber — Draco sussurrou, inclinando-se para ela novamente com um sorriso ladino nos lábios.

Hermione se inclinou para trás para escapar de sua boca e riu baixinho.

— Posso ouvir você! — Harry disse, impaciente.

Os olhos de Hermione se alarmaram de novo e ela pulou da mesa.

— Se esconde! — ela sussurrou para Draco, pegando-o pelos ombros e o empurrando para trás de sua mesa.

Draco revirou os olhos para ela, mas se abaixou, esgueirando-se para de baixo da mesa e encolhendo-se ali. Houve um baque oco, seguido de um "ai caralho" baixinho. Hermione riu.

Toc, toc, toc, toc, toc.

— Eu vou usar minha varinha — Harry a alertou.

Com rapidez, ela pegou a sua própria e arrumou a bagunça de papéis e cacos de vidro que havia no chão. A única coisa irrecuperável eram as peônias e agora que sabia que Draco quem as deu, não Ron, seu coração pulsou dolorosamente ao vê-las carbonizadas. Puxando o ar profundamente, ela arrumou seu vestido e seu cabelo com as mãos e destrancou a porta. Harry passou pela abertura como um tornado.

— Por que demorou? — exigiu, parando defronte à ela.

Hermione pigarreou e empinou o queixo.

— Eu não queria conversar, não é óbvio? Sei que não veio aqui a trabalho, veio para me interrogar.

— Inteligente — Harry concordou, cruzando os braços — O que está acontecendo entre você e o Malfoy e porque ele quebrou o nariz do nosso melhor amigo?

— Seu melhor amigo, Harry — Hermione corrigiu — Não quero ter mais nada a ver com o Ronald.

Uma sombra passou pelos olhos de Harry. Hermione sabia que seria doloroso para ele ouvir aquilo, mas ainda assim, precisava esclarecer. Rony passara dos limites. Nunca mais seriam amigos e não havia porque negar ou tentar recuperar a amizade que construíram um dia. Harry não respondeu.

— Não está acontecendo nada — Hermione disparou — O seu amigo mais uma vez disse coisas horríveis sobre mim para quem quisesse ouvir! Draco simplesmente me defendeu.

— Então não está rolando nada entre vocês? — Harry insistiu.

Hermione queria contar para Harry. Afinal, ele era seu melhor amigo. Mas algo em seu olhar a deixava insegura, com receio do que ele diria ou se chegaria a mesma conclusão que o Rony. Era irracional, mas estava ali, impendindo-a de se abrir com o homem em quem mais confiava nesse mundo depois de seu pai. Hermione engoliu a seco e cruzando os braços, respondeu:

— Não.

Harry a avaliou, seus olhos verdes e desconfiados tentavam encontrar qualquer sinal de que ela estivesse mentindo. Por fim, ele descruzou os braços e arrumou os óculos em seu nariz, convencido. Ao menos por enquanto.

— O que o Rony disse? — ele quis saber.

— Não é importante.

— Mione... — Harry suspirou.

— Ele insinuou que eu e Malfoy transamos, em alto e bom som, pela segunda vez aliás — Hermione deu um sorriso amarelo — Então Draco socou a cara dele. Ele deveria agradecer. Andei lendo sobre azarações e descobri uma que causa disfunção erétil permanente.

Harry não conseguiu segurar a risada e balançou a cabeça em negação.

— E não me subestime — Hermione prosseguiu com diversão — Você lembra da Rita Skeeter e o pote de vidro, não é?

Doce Acaso - Dramione Where stories live. Discover now