Casa dos Dragões

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— Eu não sabia quem procurar — Hermione disse, trêmula.

Draco enrijeceu assim que colocou os olhos em Hermione. Ela o viu engolir a seco e logo em seguida ele a puxou para dentro de seu apartamento.

— O que aconteceu? — Draco exigiu.

Hermione começou a hiperventilar. Draco se aproximou e buscou com o seus olhos os dela.

— Granger, vamos lá, respire comigo — ele disse. Sua voz parecia vinda de um túnel.

Então sua visão escureceu e Hermione não viu ou ouviu mais nada.

. . .


— Vamos, Hermione, acorda...

A voz de Draco chegou aos seus ouvidos distante, quase como um eco de sua inconsciência. Pensou por um segundo que pudesse ser alguma alucinação, ele nunca a chamava pelo primeiro nome. Hermione resolveu se concentrar em algo mais real, em seus sentidos. Ela podia ouvir um leve ruído de água sendo fervida, podia sentir que estava deitada em um sofá e que havia algo macio sob sua cabeça, também podia sentir o cheiro de chá de ebrisco e perfume, aquele perfume. Então ela abriu os olhos para que pudesse enxergar e o rosto de Draco surgiu, encobrindo o teto.

— Porra, Granger — Draco murmurou e levou os dedos em suas têmporas, pressionando-as.

Granger.

Hermione tentou se sentar, mas Draco não deixou. Gentilmente ele empurrou seus ombros, fazendo-a se deitar novamente.

— Espere.

— Estou bem, Draco — Hermione chiou.

Draco precisou se mover para trás enquanto ela se erguia para que seus rostos não colidissem. Ele a encarou parecendo irritado.

— Por que é tão teimosa?

— Eu não sou, é só que... isso é normal pra mim, ok? Já aconteceu antes e provavelmente vai acontecer de novo.

Ele piscou. Ela se encolheu, um pouco embaraçada em admitir sua maior vulnerabilidade. Hermione odiou dizer aquilo, normalizar suas crises de pânico era no mínimo desesperador. Mas era o que era.

— Consegue me dizer agora o que deixou você assim? — Draco perguntou novamente.

Hermione sorveu-se de uma respiração profunda antes de começar:

— Recebi uma caixa de presente, a principio pensei que você havia mandado mas quando abri... — ela precisou pausar para controlar a respiração mais uma vez — Quando abri haviam dois punhais enfeitiçados com magia negra. Dava para sentir — Hermione estremeceu — Também havia um recado, dizia para que eu cortasse os pulsos ou contariam por mim.

Draco mal respirava. Definitivamente ele era uma estátua naquele momento. Hermione o olhou e os olhos dele estavam completamente cinzas, as pílulas dilatadas.

— Quem? — Draco quase rosnou a palavra após um momento.

— E-eu n-não sei... eu não sei! — Hermione disse com exasperação — Não é o tipo de coisa que vem com remetente, Draco.

Draco travou o maxilar.

— Ainda está na sua casa?

— Em cima da mesa.

Draco se levantou e caminhou até a porta em passadas rapidas e raivosas. Hermione o seguiu com o olhar, em silêncio. Ele parou com a mão na maçaneta, de costas para ela.

— Ninguém irá tocar em você — ele disse cada palavra lentamente, soando ameaçador — Vou me assegurar de matar o infeliz que ousar tentar.

Hermione mordeu seu lábio inferior, apreensiva, e antes que pudesse proferir qualquer palavra, Draco saiu.

Doce Acaso - Dramione Where stories live. Discover now