Fases

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05 de Novembro de 2000 (quinta-feira)

O dia amanheceu um pouco mais quente. Embora tímido e pálido, o sol estava lá. Hermione se levantou, semi-nua, e andou até a janela para abrir um pouco mais a persiana. Ron gemeu em protesto com a luz que invadiu o quarto mas não se levantou. Ela também não o chamou. A "discussão" da noite passada durou mais uma hora inteira e a dor em sua cabeça era demasiada para que ela conseguisse pensar em algo para apaziguar o ruivo. Ele não conversou com ela depois disso.

Hermione se vestiu preguiçosamente. Nada extravagante para aquele dia, apenas uma calça risca de giz, uma camisa branca e mocassins. Seu cabelo estava um caos, seus cachos estavam rebeldes e compridos demais. Sem vontade de perder horas com ele, ela simplesmente o domou em um coque frouxo. Com um suspiro ela pegou sua varinha da mesa de cabeceira e caminhou para a cozinha onde abriu os armários para pegar sua chaleira e sua camomila.

— ISSO! OOOOH MERLIM...

Hermione revirou os olhos pensando "de novo não". Ela puxou sua varinha e murmurou:

— Silencio!

A voz se calou no meio de mais um gemido longo. Hermione sorriu para si mesma e seguiu enchendo a chaleira com àgua. Ron sempre a questionava do porque ela simplesmente não usava magia para fazer seu chá e ela jurava que era porque o sabor era diferente quando ela fazia por meios mágicos.

Com seu chá pronto, Hermione pegou sua xicara de coala e se dirigiu até a sacada, sentando-se em sua cadeira de balanço. Ela desceu o rosto próximo a xicara e inspirou profundamente. O cheiro da camomila encheu suas narinas e ela sorriu, dando um gole em seguida. Quando ela ergueu o rosto viu um vulto pela visão periférica. Então ela olhou em direção a sombra, que ganhou aparência, músculos discretos e um cabelo platinado. Era Malfoy em sua própria sacada, há alguns metros de distância, apoiado no parapeito com um cigarro em seus lábios.

Ela agradeceu a Godric por ele estar completamente vestido depois do que ela ouviu segundos atrás. Ele era rápido, ela zombou em seus pensamentos.

Exatamente como se tivesse escutado a provocação, Malfoy olhou em sua direção. Seus olhares se cruzaram e ela corou inconscientemente enquanto ele manteve sua expressão de indiferença. Por um segundo, ela se perguntou se ele realmente podia ouvir o que ela pensava.

Então ele apontou o dedo para algo, para ela, e seus lábios repuxaram nas pontas antes dele balançar a cabeça em negação, achando graça de alguma coisa alheia à ela. Hermione franziu o cenho para ele e Malfoy sem dizer nada, lançou seu cigarro para baixo e voltou para dentro, desaparecendo do campo de visão dela.

A confusão de Hermione durou apenas mais alguns segundos. Assim que ela deu mais um gole em seu chá a compreensão caiu sobre ela como um Crucio e ela corou de novo, violentamente.

Ele viu a xícara de coala e a infernizaria pelo resto de sua existência.

. . .

Harry estava conversando com Dean Thomas próximo às lareiras do piso principal do Ministério da Magia quando Hermione o achou. Ela se aproximou deles com passos rápidos, estava procurando por seu melhor amigo há alguns minutos. 

— Bom dia, Hermione — Dean a cumprimentou, sorrindo para ela quando ela parou ao seu lado.

— Bom dia, Dean, Harry — Hermione sorriu também, sem esconder sua impaciência — Podemos conversar? — a pergunta era somente para Harry.

— Vou deixá-los a sós. Estou atrasado de qualquer maneira — Dean riu e acenou antes de sair rumo aos elevadores.

— Aconteceu alguma coisa?

Doce Acaso - Dramione Donde viven las historias. Descúbrelo ahora