Draco esperou, imaginou e ansiou por aquele momento - o momento de dizer à ela a verdade - durante anos. Mas nada poderia tê-lo preparado. Seu coração parecia querer rasgar sua caixa torácica e pular para o colo dela. Sua verdadeira dona. Pego desprevenido, ele levou alguns segundos para achar a sua voz.
— E-eu... — Draco pigarreou e olhou brevemente ao redor — vamos sair daqui?
Hermione o imitou, correndo os olhos rapidamente pelo Departamento de Aurores. Então quando retornou o olhar para o dele, aquiesceu com a cabeça.
. . .
Uma vez dentro da segurança de seu carro, Draco o ligou.
— Aonde vamos? — Hermione indagou, olhando-o — Estamos em expediente ainda, e...
— Para uma rua menos movimentada — Draco respondeu, interrompendo-a.
Hermione limitou-se à assentir com a cabeça. Draco a olhou brevemente. Sentia-se trêmulo, nervoso, e ainda assim, desesperado para trazer aqueles sentimentos à tona.
Draco deu a partida e durante os quinze minutos que levou para achar um rua vazia e silenciosa em Londres ninguém disse uma palavra. Estacionou em meio a dois prédios, em uma ruela pequena o suficiente para caber somente o seu carro.
— Eu vou me arrepender de ter perguntado? — Hermione perguntou assim que Draco desligou o carro, em voz baixa.
Ele olhou em seus olhos, umedeceu os lábios, e ignorando as revirações de seu estômago, respondeu:
— Eu espero que não.
— É alguma vingança?
— O que? — Draco exclamou, surpreso com a conclusão em que ela chegou — Não, é claro não, você... por que você pensaria algo assim?
— Eu não sei, eu só... Não consigo pensar em nada. Nada faz... sentido.
Draco suspirou e abaixou a cabeça sobre o volante. Era extremamente difícil admitir que sua paixão por ela perdurava há seis longos anos. Estava perdendo a coragem aos poucos e não podia. Não queria. Por isso, ele achou melhor começar de uma vez, e sem olhá-la, iniciou dizendo:
— Lembra quando me perguntou sobre a data da placa da minha corrente?
— Sim — Hermione murmurou baixinho.
— Eu a gravei ali, como promessa de que um dia... — Draco hesitou, levantou a cabeça para olhar nos olhos dela mais uma vez e sorveu-se de uma respiração profunda para concluir — você seria minha.
Hermione mal se movia. Seu coração rugia sob o olhar azul de Draco. Completamente azul. Ela soube que não sairiam inverdades de sua boca. Quando ela não disse nada, ele continuou:
— Fiz essa promessa porque era, e ainda sou, completamente apaixonado por você.
A sensação de êxtase que apossou Hermione era inexplicável. Ela deixou seus olhos presos ao céu de verão que eram os olhos dele.
— Isso é impossível — Hermione sussurrou, e mais parecia dizer para si mesma.
— No começo eu pensava que era bobagem. Hormônios, maldição...— Draco sorriu de lado com a lembrança de suas constatações infantis, cada uma delas errada — Eu sei que nada justifica o meu comportamento deplorável, mas, era minha maneira de tentar não querer você. E Merlin sabe como eu queria! Eu... — Draco se virou em seu banco, defronte para ela — nunca deixei de querer. Não havia escapatória para mim.
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Doce Acaso - Dramione
FanfictionEle era ridiculamente lindo, Hermione não podia negar. Seus olhos cinzas e sua pose do típico bruxo milionário que não vale sequer um galeão da sua herança era o touché da sua aparência. Draco Malfoy sempre havia sido um babaca e nunca abdicaria do...