Infinito e Inquebrável

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pov. Draco.

Copa Mundial de Quadribol, Agosto de 1994


Era um dia ensolarado e o clima do acampamento trouxa ocupado por centenas de bruxos era efervescente. Draco esbarrou o ombro em um bruxo que passou correndo por ele e com um esgar de asco, ele chiou um palavrão.

- É um saco não podermos acampar aqui, você não acha? - Theo disse em meio a um suspiro, olhando ao redor com excitação e desânimo à mesma proporção.

- Não, eu não acho. E da próxima vez vou me lembrar de não dar ouvidos a você. - Draco resmungou - Esse lugar parece um chiqueiro.

Ao seu lado, Theodore riu e balançando a cabeça em negação desdenhou:

- Claro, você prefere aquela cobertura, com nossos pais conversando sem parar sobre o ataque de amanhã.

Draco parou Nott, segurando em seu braço.

- Fale baixo!

Nott desvencilhou seu braço da mão de seu melhor amigo. Ambos olharam ao redor, assegurando-se de que ninguém os ouviu. Theodore sempre era descuidado e Draco, apesar de se sentir da mesma maneira que ele em relação àquele assunto específico, precisava cuidar para que Theo não arruinasse o plano.

- Fala sério, é Quadribol! - Nott chiou e abaixando a voz emendou com raiva: - Eles não poderiam escolher um evento diferente?

Draco revirou os olhos.

- Esquece isso, por enquanto. Se nossos pais souberem que viemos para cá...

- Eu sei, eu sei! - Nott suspirou - Mas eu combinei com ela, "não aparecer" não é uma opção.

- E porque raios me arrastou com você se isso é um encontro? - Draco resmungou - Draco Malfoy não nasceu para segurar vela!

- Falar de você mesmo na terceira pessoa é vergonhoso, sabia disso? E você não vai segurar vela, você vai... apoiar o seu melhor amigo.

- Ótimo.

. . .


O sol dava lugar ao crepúsculo. Draco estava cansado de andar e resolveu que não daria mais uma passo sequer. Abruptamente, ele parou e se sentou sobre um pedaço de grama, em meio a duas barracas. Theo seguiu mais alguns passos, até perceber que estava sozinho. Draco o observou parar, olhar ao redor e quando seus olhares se encontraram Theo revirou os olhos e retornou.

- É logo ali!

- É a quarta vez que você diz isso e o seu "logo ali" não chega nunca - Draco respondeu acre.

- Quer saber, me espera aí. Eu vou sozinho, seu frouxo! - Theo chiou, retomando sua caminhada.

- Você quer companhia em um encontro e eu que sou frouxo? - Draco replicou às suas costas, erguendo a voz para ser ouvido uma vez que o amigo se afastava a cada passo.

Theo não respondeu. Sem olhar para trás, limitou-se a erguer a mão esquerda e seu dedo médio. Draco exalou, irritado, e pendeu a cabeça para trás, encarando o céu alaranjado. Cogitou retornar sozinho, mas se o fizesse, colocaria Theo em apuros e apesar do desentendimento, ele ainda era o seu melhor amigo.

Sozinho, com sede e com calor, Draco deitou usando os braços de apoio atrás de sua cabeça. O céu começara a escurecer gradativamente e ele estava quase adormecendo quando ouviu uma voz conhecida:

- As vezes eu me pergunto se isso é mesmo real.

Draco abriu um olho para espiar quem era, embora não houvesse necessidade. Conheceria aquela voz em qualquer circunstância.

Doce Acaso - Dramione Where stories live. Discover now