Doce Acaso - Dramione

Náuseas

Hermione mal conseguia disfarçar o sorriso, apesar dos cochichos e olhares que lhe eram lançados enquanto ela caminhava pelo Departamento de Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas.

Estava quase chegando a sua sala, quando ouvi chamarem o seu nome:

— Hermione?

Ela parou e se virou para olhar Harry, que se aproximava em passadas rápidas. Quando a alcançou, ele disse em voz baixa, para que somente ela ouvisse:

— Você não apareceu ontem.

Hermione olhou discretamente ao redor, alguns bruxos observavam os dois com curiosidade, inclinando-se em suas mesas espalhadas pelo departamento para sussurrar comentários.

— Podemos? — Hermione sugeriu, indicando a direção de seu escritório.

Harry a assentiu, e lado a lado, eles caminharam para o escritório  de Hermione. Assim que adentraram e a castanha fechou a porta atrás de si, Harry começou:

— Eu sei que você está me escondendo alguma coisa! Eu só não sei porquê. Nós nunca escondemos nada e de repente...

— Harry...

— ... você começa a agir como se nós não fôssemos melhores amigos, irmãos, Mione. Irmãos! Eu realmente...

— Eu dormi com o Draco, Harry — Hermione disse em um fôlego só, erguendo a voz e interrompendo-o.

Harry parou. Seus olhos fixaram em Hermione como se pela primeira vez realmente a enxergasse.

— O que? — ele murmurou.

Hermione colocou o indicador e o polegar em suas têmporas, fechou os olhos brevemente e sorveu-se de uma respiração profunda para responde-lo.

— Eu dormi com o Draco — repetiu — Faz alguns... dias, que ele têm mexido com a minha cabeça e aparentemente, eu com a dele.

Harry pigarreou, olhando para o lado enquanto mexia no colarinho de sua camisa, visivelmente constrangido e desconfortável.

— Você pediu a verdade — Hermione argumentou.

— Por que negou? Por que não me disse quando perguntei, porque Hermione? — Harry replicou, retornando o olhar para ela.

— Eu não estava pronta, quer dizer, o Rony ainda é o seu melhor amigo e o Draco, bem, vocês nunca...

— Eu sei como as coisas eram com o Ron — Harry a interrompeu — e eu sei que o Malfoy não é o mesmo cara de Hogwarts. Além disso, você não precisa da minha aprovação ou de qualquer outra pessoa.

Hermione mordeu o lábio,  arrependida por não ter contado ao seu melhor amigo desde o início. Foi estupidez pensar que Harry reagiria mal ou, que como Ron, diria coisas horríveis ao seu respeito.

Com um pequeno sorriso, Harry abriu os braços para ela. Sorrindo de volta, Hermione avançou e abraçou seu irmão, sentindo-se mais leve. Aliviada.

— Só me deixar conversar sobre isso com o Malfoy, pode ser? — ele perguntou, apoiando o queixo em seu ombro.

— Não é nada sério, Harry, nós apenas... — Hermione não concluiu, não sabia bem o que dizer a respeito, ou como definir.

— Eu sei, mas eu preciso dessa conversa, pode ser? — Harry insistiu.

— Tudo bem — Hermione sorriu, aconchegando-se mais no abraço de Harry.

. . .

Hermione estava arrumando os relatórios em sua mesa, preparando-se para ir embora, quando ouviu três batidas em sua porta.

— Quem é? — ela perguntou levantando-se e pendurando sua bolsa em seu ombro.