Doce Acaso - Dramione

Feliz Natal, Hermione

Com a lua veio mais chuva, dessa vez acompanhada de raios e trovões. Ron chegou poucos minutos após Draco sair.

— Bela árvore — murmurou como saudação.

Hermione se levantou para ele e Ron a envolveu pelos quadris, puxando-a para um beijo rápido. A mochila que repousava em seu ombro caiu no chão com um baque surdo. 

— Demorei? — ele perguntou em seus lábios, encostando suas testas.

— Um pouco — Hermione respondeu, envolvendo-o pelo pescoço.

Ron sorriu e seus olhos faíscaram para ela enquanto ele esgueirava suas mãos para de baixo de seu sueter azul.

— Senti saudades.

Ele não precisou dizer mais nada, ela sabia o que ele queria e não via razão para resistir. Ron começou a puxa-la com ele, guiando-a para o quarto.

Dez minutos depois ele dormiu e ela se viu encarando o teto. Virou para o lado oposto ao qual Ron roncava e colocou o travesseiro por cima de sua cabeça, com a intenção de abafar o som, quando de repente ouviu a voz dele.

"Já é meia noite. Feliz Natal, Hermione".

Hermione se sentou em um arranque, olhando ao redor com a respiração acelerada e cobrindo seu corpo nu com o edredom. A princípio pensou que Draco estava bem ali, em seu quarto, demorou alguns segundos para absorver que na verdade ele disse as palavras em sua cabeça.

Ela iria azara-lo por invadir seus pensamentos mais uma vez, definitivamente. Ainda assim, sua revolta não lhe impediu de sorrir para escuro.

25 de Dezembro de 2000 (sábado)

Ron e ela combinaram de almoçar com os pais dela e jantar n'A Toca. Equilíbrio, ele disse. Embora amasse a ocasião seu humor estava um pouco oscilante desde que acordou. Em parte pela noite passada, quando Ron simplesmente dormiu e ignorou que ela não chegou ao ápice como ele, e em parte porque - exceto pelo presente que ela comprou para ele - a árvore estava vazia.

Quando ele viu que ela o presenteou suas bochechas se avermelharam e ele se desculpou, alegando que o presente dela era uma surpresa e estava em seu quarto n'A Toca. Hermione estava ansiosa para ver como ele iria improvisar, com plena convicção de que "o tal presente" era uma surpresa para ele também.

O céu estava branco, nublado, um presságio de que logo a chuva recomeçaria. Hermione se encolheu dentro de sua roupa quando aparataram no quintal de seus pais. Jeans, um sueter azul claro e jaqueta - também jeans. Seus cachos estavam impossíveis naquela manhã, então ela os amarrou em um rabo de cavalo.

— Eu disse para colocar algo mais quente — Ron comentou ao seu lado, enquanto subiam os degraus da varanda.

Hermione o olhou de soslaio, levemente irritada.

— Pensei que iria se arrumar mais. É Natal — ele continuou, alheio ao humor dela.

Ela tocou a campainha e aguardou, evitando olhar para Ron. "Pensei que iria se arrumar mais", ela exalou o ar com desdém. Como se ele estivesse impecável em seu casaco surrado marrom, suas calças escuras e sua camisa de flanela xadrez. A porta se abriu e Jane Granger apareceu com um sorriso que ía de orelha a orelha.

— Hermione — ela disse saudosa, puxando a filha para um abraço esmagador.

— Olá, mãe — Hermione murmurou nos cabelos escuros de Jane Granger.

— Ronald, como vai? — Jane o cumprimentou, descencilhando-se de Hermione.

— Olá, Sra. Granger. Vou bem, obrigado.