Iceberg

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O sol estava se pondo por trás das nuvens. Alguns pingos de chuva começaram a cair e escorrer pala parede de vidro. Havia uma poltrona próxima àquela parede, virada defronte para a paisagem de cerejeiras, onde Hermione se acomodou enquanto se perguntava se Draco costumava sentar ali para admirar - como ela - as árvores, o céu, as sebes do labirinto, a chuva...

Draco havia saíra do quarto há algum tempo, deixando Hermione apreensiva e contando os segundos de sua espera.

Um relâmpago iluminou o céu - que era uma mescla de laranja e roxo - e logo em seguida os pingos se transformaram em uma chuva torrencial. A paisagem, agora era apenas uma borrão disforme pela água.

Com um suspiro, Hermione varreu o quarto com os olhos mais uma vez, demorando-se nos detalhes que não avistara de início, como um porta retrato em sua mesinha de cabeceira, onde havia uma foto de Draco, Theo, e Blaise, brindando com seus copos de firewhisky e com sorrisos que deixariam qualquer garota desnorteada. Ao lado, outro porta retrato continha uma foto de Narcisa Malfoy, um pouco mais jovem, com um meninho pequeno, pálido e extremamente loiro em seus braços: Draco. Eles se olhavam e sorriam um para o outro. Era genuíno. Hermione sorriu também. Então algo atraiu o seu olhar e a sua curiosidade: em baixo das molduras douradas dos portas retratos haviam algumas polaroides.

Hermione se levantou, movida por sua curiosidade e principalmente pela ânsia de conhecer ainda mais aquele Draco, e caminhou até a mesinha de cabeceira. As polaroides estavam viradas para baixo, Hermione as pegou e se sentou sobre a cama de Draco para olhá-las.

A primeira foto era em algum lugar escuro, Draco estava com a boca aberta e a cabeça para cima enquanto Zabini virava o conteúdo de uma garrafa de vidro em sua boca. Hermione balançou a cabeça em negação e riu, passando essa foto para trás.

A próxima foto era de Draco, Théo, Blaise e Goyle, recostados nas árvores que ladeavam Hogwarts com seus uniformes da Sonserina. Ver Goyle a lembrou de sua morte na Sala Precisa, logo depois dele tentar matá-la, e Hermione se arrepiou  involuntariamente, passando rapidamente para a seguinte polaroide.

Draco segurava uma maçã verde, ao seu lado esquerdo Zabini exalava fumaça, deixando a foto um pouco embaçada, e ao seu lado direito, Pansy Parkinson tinha uma mecha de cabelo enrolada ao dedo. Hermione revirou os olhos e a passou para trás.

Então o som da porta sendo destrancada às suas costas a alertou de que ele retornara. Hermione pulou da cama e recolocou as fotos sobre a mesinha. Uma das polaroides caiu no chão virada para baixo, mas a porta já estava se abrindo, não haveria tempo, por isso ela se abaixou para pegá-la e a colocou em seu bolso da jaqueta. Em seguida olhou para a porta a tempo de ver Draco passar pela soleira e trancá-lá novamente. Hermione se levantou no exato momento em que ele olhou em sua direção.

— Sentiu saudades? — Draco perguntou, arqueando uma sobrancelha com zombaria e caminhando para onde ela estava parada.

— Quando eu crescer quero ter a sua autoestima — Hermione replicou, incapaz de segurar um sorriso que deixava mais do que claro que sim, ela sentira saudades dele, ainda que apenas minutos tivessem se passado.

E Draco sabia disso.

Ele parou defronte à ela e a envolveu pelo quadril para logo em seguida mergulhar sua boca sobre a dela em um beijo lento e doce. Tão doce, que assim que separaram suas bocas, Hermione deitou a cabeça no tórax de Draco e mordeu o lábio inferior em um sorriso. Draco apoiou o queixo em sua cabeça e abraçando-a um pouco mais, disse:

— Vamos ter que sair de madrugada, quando meus pais estiverem dormindo. Pelos fundos.

Hermione afastou o rosto para olhá-lo e havia receio em suas íris de caramelo.

Doce Acaso - Dramione Where stories live. Discover now