"Incêndio!"

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Hermione permaneceu mais alguns segundos sob a chuva torrencial, vendo-o ir embora com um nó em sua garganta. Então, ela aparatou.

A Toca estava mergulhada em escuridão. Aparentemente, seus moradores dormiam. Sorvendo-se de uma respiração profunda, levou quase uma hora - uma hora de reflexão e indecisão - quando ela aparatou pela segunda vez, dessa vez pousando sob a madeira envelhecida do quarto do Rony.

Com o estalo de sua aparição, a luz se acendeu e Ron se sentou em sua cama em um rompante, pondo sua varinha - que ele pegou com rapidez da mesa de cabeceira - em riste. Hermione o encarou enquanto ele arfava, assustado.

— Droga, Hermione! — ele chiou em meio a respiração pesada — Me assustou! E por que você está toda molhada?

— Eu não quero me casar com você — Hermione disse simplesmente, ignorando-o.

— O que? — ele se colocou de pé, esfregando os olhos com o polegar e o indicador.

— Eu não quero me casar com você — Hermione repetiu, erguendo o queixo para enfatizar sua decisão — Não quero namorar você. Para ser honesta, não quero me relacionar com você de maneira alguma!

— Hermione, você...

— Eu não acabei! Será que você é capaz de não me interromper pelo menos uma vez, Ronald?

— Ei, ei, ei... Fala baixo! — Ron chiou, aproximando-se dela em passos rápidos — Você não quer um show a essa hora, quer?

— Eu quero que você desapareça da minha vida. — Hermione disse entre dentes, colérica — Você é baixo, manipulador e irresponsável, Ronald! Eu não quero mais olhar para você!

Dito isso, Hermione se preparou para aparatar novamente, mas Ron a segurou pelo pulso, impedindo-a.

— Me solta!

— Você não pode despejar essas coisas em mim e sair assim! — Rony sibilou — Você me deve uma explicação.

Hermione olhou para a mão dele em seu pulso com asco e retornou os olhos para os dele. Estava com raiva. Se pudesse sacar sua varinha naquele momento, com certeza Ron perderia um olho, pelo menos.

— Eu não devo nada a você! Me solta! Agora!

Ronald a libertou, irritado. Suas bochechas e orelhas vermelho escarlate.

— É por causa dele, não é? — Ron supôs, exalando com raiva — Está transando com ele, é isso?! Você deu pra ele e gostou tanto de ser a putinha do Malfoy que resolveu me dar um pé?!

Sem pensar, Hermione virou um tapa no rosto de Ron. Sua mão ardeu e seus olhos se arregalaram logo após a agressão. Instantaneamente, ela começou a hiperventilar e sua visão embaçou com as lágrimas que lhe vieram.

— Saia daqui, Hermione — Ron rosnou, cerrando os punhos — SAIA DAQUI! — ele vociferou, erguendo a mão como se fosse socá-la, assustando-a.

Sem a menor ideia de como conseguiu em meio a sua crise de pânico, Hermione desaparatou para a sua sacada. Seu corpo colidiu com alguém, que a segurou para que ela não caísse e desorientada, ela começou a se debater.

— Ei, Granger...?

A voz soava distante. O barulho de seu próprio choro enchia os seus ouvidos abafando qualquer outro som. Ela continuou se debatando, chorando e soluçando enquanto esse alguém tentava segurá-la.

— Calma, Granger, ei! Sou eu, sou eu...

Ela ergueu a cabeça e nesse momento percebeu que era Draco ali e que ela estava em seus braços. Hermione parou de se debater mas o seu choro se intensificou.

Doce Acaso - Dramione Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu