Capítulo Quarenta e Sete

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Edu Dawson Robinson:

Eu sabia que não deveria me sentir estranho em relação a tirar inúmeras fotos desde o momento em que comecei a morar na casa do Marcos. Na verdade, esse hábito começou desde o instante em que retomamos algo especial e passamos a registrar cada dia, cada conversa, cada riso.

No entanto, após tudo o que passamos, às vezes parece que as coisas são como um sonho prestes a se dissipar, voltando para a escuridão e tormentos que habitaram minha mente por tanto tempo. Cada foto, embora seja uma captura de felicidade e amor, também traz consigo a sombra da incerteza, como se eu estivesse constantemente temendo que esse momento de paz seja efêmero.

Olhei ao redor da casa, vendo a evidência física de nossa felicidade estampada em fotografias. Mesmo sabendo que o presente é real, não posso deixar de sentir uma pontada de ansiedade, como se estivesse sempre esperando pelo próximo revés. A luta para aceitar e saborear o presente persiste, mas sei que é parte do processo de cura e construção de uma nova vida ao lado de Marcos.

Lúcio, no bebê conforto, passou por mim, parou e estendeu os bracinhos para Marcos, que o pegou com toda a delicadeza do mundo, beijando seu rostinho adorável.

— Papai Edu! — Mat me chamou, pegando minha mão e me puxando na direção do seu quarto. —Terminei meu desenho!

Olhei para o desenho que era uma versão da nossa família: Marcos com o barrigão de gravidez, segurando Lúcio, e ainda Matt ao meu lado, entrelaçados as mãos. Meus olhos se encheram de lágrimas ao olhar o desenho. Todas as vezes nos últimos tempos, ele tem feito esses desenhos, e a primeira pessoa que mostra é para mim

Reparei que havia mais alguns bonequinhos atrás de nós.

— Está muito bonito, Mat — falei. — Mas quem são esses dois?

— O tio Miguel e o vovô Eduardo — Mat respondeu. — Fiz um para eles também, assim como um para o vovô Fred e o vovô Caleb.

Sorri na direção dele; assim como o Marco, Mat tem um coração maravilhoso quando se trata da família.

— Garanto que eles vão adorar o desenho — falei. — Por que não vai mostrar para o seu pai e o seu irmão?

Soltei uma risada quando ele pegou o restante dos desenhos e saiu correndo na direção de Marcos, completamente feliz. Isso me deixou emocionado; meu coração se expandiu cada vez mais de amor.

Mat exibiu os desenhos para o pai e o irmão com uma empolgação contagiante, enquanto eu observava com gratidão o calor daquele momento. A expressão alegre de Marcos ao ver sua representação no papel e a risada espontânea de Lúcio tocaram meu coração.

— Mat, você é incrível! — exclamou Marcos, abraçando nosso filho. — E garanto que o seu irmãozinho está adorando o seu desenho também — Marcos disse e olhou para Lúcio que soltou alguns resmungos de bebê em concordância.

O ambiente estava repleto de amor e cumplicidade, e eu me senti abençoado por fazer parte daquela família tão especial. A cena dos três homens importantes na minha vida compartilhando risadas e afeto fez com que meu coração se enchesse de uma gratidão profunda.

Enquanto observava essa cena, percebi o quanto esses momentos simples eram os verdadeiros tesouros da vida. Nossa família, unida pela alegria e pelos laços afetivos, era a verdadeira obra de arte de Mat, e eu me sentia privilegiado por ser parte dela.

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Liguei para o Miguel, mencionando o jantar que o Marcos propôs. Inicialmente, ele tentou negar, mas depois de insistir que não aceitaria um "não" como resposta, confirmou que viria com o Eduardo. Conversamos por alguns segundos, apreciando esse tempo adicional com eles. Ainda me surpreende ter um pai que me trata tão bem, demonstrando interesse genuíno em saber sobre minha vida com entusiasmo tanto dele quanto meu.

O valor de um Amor (Mpreg) | Livro 1 - Amores perdidos e encontradosOnde histórias criam vida. Descubra agora