Capítulo Vinte e Um

4.7K 436 201
                                    

Marcos Dawson:

Continuo olhando para o homem à minha frente e percebo que é um verdadeiro nervosinho, desesperando-se facilmente mesmo sem ter todas as informações. Em um dos dias recentes, Matthew caiu no chão de bumbum e Edu ficou em pânico, correndo atrás dos primeiros socorros, só se acalmando depois que conversei com ele, explicando que não havia acontecido nada sério. Vimos Matthew soltar uma risada ao lado de Zeus e o Brian. Continuei olhando Edu nos olhos, e a tensão estava no ar. Aparentemente, ele estava tão surpreso quanto eu com esse encontro inesperado.

— Aconteceu alguma coisa para que você viesse ao hospital? Foi com você ou com o Mathhew? — Edu voltou a perguntar.

— Não é nada disso, ambos estamos bem. Matthew está com a Daphne e o meu pai — expliquei.

Em seguida, como um lampejo de luz em minha mente, lembrei-me do papel que confirmava minha gravidez que ainda estava em minha mão. Edu também pareceu perceber algo e olhou para minha mão. Quando tentei esconder o papel, ele o pegou. Minha falta de habilidade para esconder algo rapidamente era evidente.

Eu estava torcendo para que ele não compreendesse o que estava escrito no papel, mas, como minha sorte costuma ser péssima, o infeliz entendeu o conteúdo do maldito papel.

— Você está Grávido — Edu falou apontando para minha barriga, segundos depois a sua expressão se transformou em pesar. — Quem é o pai? Parabéns para ele e você, mas não vou deixar qualquer um cuidar de você e do Mathhew tão facilmente.

Olhei para ele por um momento e então dei um leve peteleco em sua testa.

— Está ficando maluco — afirmei.

— Por que isso? — Edu perguntou, esfregando a testa. — Não fiz nada, só disse que vou lutar por você e pelo meu filho contra esse homem.

— Na verdade, você não fez nada, nem mesmo usou o cérebro — falei, pegando o papel de sua mão e apontando para a parte que indicava o tempo no exame de sangue. — Estou grávido de duas semanas e meia. Faça o cálculo e você descobrirá quem é o pai!

As engrenagens do cérebro dele começaram a girar, e eu podia literalmente ouvi-las rodando.

Finalmente, as engrenagens pararam, e ele me encarou, depois olhou para minha barriga. O que ele fez em seguida foi mais constrangedor do que as vezes que Matthew, quando tinha dois anos, falou em público que meus gases cheiravam a rosas. Ou quando Zeus, quando ainda era filhote, usou meus sapatos como banheiro particular.

Edu se ajoelhou diante de mim e começou a me abraçar, distribuindo beijos pela minha barriga. O pior de tudo era que as outras pessoas que estavam ao nosso redor estavam encarando a cena com sorrisos de felicidade no rosto.

— Vou ser pai novamente! — Edu falou, dirigindo suas palavras à minha barriga. — Oi, bebê do papai, saiba que eu e o seu pai amamos muito você e o seu irmão.

Quando ele se levantou para me olhar, viu a expressão de decepção no meu rosto.

— O que foi? — Edu teve a audácia de perguntar, embora o sorriso tivesse começado a desaparecer de seu rosto.

— Você se lembra de que estamos em um local público e isso é um pouco embaraçoso, certo? — Perguntei, e o sorriso de Edu finalmente desapareceu. — Parece que você se lembra! Agora, levante daí, e vamos comprar logo essas roupas para ajudar o Carlos!

Removi os braços de Edu da minha cintura e me virei para sair dali, sentindo uma grande vergonha pelas pessoas que tinham testemunhado a cena com Edu.

— Edu, que vergonha! — Resmunguei comigo mesmo, sentindo minhas bochechas esquentarem.

O valor de um Amor (Mpreg) | Livro 1 - Amores perdidos e encontradosOnde histórias criam vida. Descubra agora