Capítulo Trinta e Dois

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Marcos Dawson:

Tomei um banho rápido e, ao sair do box do chuveiro, enrolei a toalha na minha cintura e vi no espelho que estava ali. Minha barriga tinha uma pequena elevação, o que mostrava que estava grávido ou um pouco gordinho. Afinal, a barriga estava um pouco durinha.

— Marcos, sai logo do banheiro! — Patrick falou batendo na porta. — O Carlos, acabou de subir e está com uma expressão mortal e está dando medo no Vini!

Abri a porta e no canto escondido do Carlo, estava Vini. Olhei para meu amigo e tinha uma aura de raiva e ódio ao redor dele.

Porque isso me lembra um anime?!

Patrick estava encostado na porta, e encarava Carlos com uma sobrancelha levantada.

— Vejo que a conversa dele não foi nada boa — Falei.

Fui em direção à minha cama, onde os meninos tinham separado um terno preto com uma gravata vermelha. Sei que não é um casamento real, mas mesmo assim, preciso ficar bonito.

— Claro que não! — Carlos falou. — Não é isso. Acredita que o Alex me ligou, dizendo que eu deveria abortar o bebê!

Dava para perceber a mágoa na voz dele, e o ódio, afinal, o ex estava pedindo para ferir uma criança que nem nasceu direito e que não tem nada a ver com isso.

— Você devia bloqueá-lo de vez! — Patrick falou, desencostando da parede e indo ajudar Vini a se levantar. — Você não gosta mais dele, supera isso! Ele é um idiota!

Olhei para Carlos, que parecia um pouco mais calmo, mas estava observando Patrick estendendo a mão para Vini. Ainda me surpreende que Patrick, um garoto de dezoito anos, seja mais esperto nas questões do coração do que Carlos.

— Por exemplo, minha família! — Patrick continuou. — Excluí-los de vez, afinal, eles nunca se importaram comigo, só com minha irmã mais velha, que é o tesouro deles. E o pior é que ela é uma piranha idiota. Todos pensam que ela é santa, mas pessoas santas não humilham o irmão diariamente ou levam o ex-namorado desse irmão para a cama! Sua família ainda defende e te expulsa de casa por falar a verdade sobre a irmã e ainda por ser uma "bicha pervertida."

A expressão de Patrick fechou, e pude ver o ódio que ele guardava dentro de si surgir com força. Imagino que se ele visse sua família, teria um surto e acabaria com a raça deles.

— Patrick, minha mão! — Vinícius falou baixinho. — Você está apertando forte demais!

— Desculpa, Vi! — Patrick falou e ajudou o amigo a levantar. — Carlos, esqueça esse cara. Já está estressando. Deixe esse escroto para lá e bola pra frente.

Carlos nada disse, e sorri com isso, afinal, fazê-lo calar a boca é um pouco difícil de acontecer.

Patrick merece ser admirado!

—— É isso que vou fazer — Carlos falou decidido. — O que seria de mim sem a inteligência desse garoto!

Olhei para aqueles três que se tornaram amigos, Vinícius e Patrick, cujas famílias os expulsaram por serem quem são. Eles encontraram uma família em Carlos.

— Sou um gênio mesmo! — Patrick falou. — Agora, Marcos, vá se arrumando. Esperamos lá embaixo!

Ele saiu do quarto, e eu sabia exatamente o que ele ia fazer lá embaixo.

— Ele vai comer os doces do Mathhew! — Falei, e Carlos e Vinícius saíram correndo. — Deixem essa formiga ambulante longe dos doces do meu filho!

— PODE DEIXAR! — Carlos gritou.

— PATRICK, SAI DE PERTO DESSE ARMÁRIO! — Vinícius gritou.

— NUNCA! — Patrick respondeu gritando.

O valor de um Amor (Mpreg) | Livro 1 - Amores perdidos e encontradosWhere stories live. Discover now