Capítulo Quarenta e Oito

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Edu Dawson Robinson:

Mais tarde, naquela noite, o jantar foi um sucesso. Joseph e Marcos compartilharam histórias, risadas e brindaram à amizade e aos novos começos. Matilde encantou a todos com sua energia e entusiasmo.

Miguel trouxe Alisson, que ficou todo vermelho cada vez que meu primo pegava em sua mão sem perceber. Todos notaram, inclusive Marcos, que soltou um risinho junto de Daphne.

À medida que a noite avançava, ficou claro que essa união de amigos e família era uma bênção, proporcionando apoio e alegria mútuos. Juntos, eles celebraram não apenas a chegada de Joseph à cidade, mas também a amizade que resistiu ao tempo e às mudanças da vida.

Enquanto os risos e as conversas preenchiam a sala, eles perceberam que, mesmo diante dos desafios, a verdadeira riqueza da vida estava nas relações construídas com amor e compreensão.

Quando Joseph chegou, imagino que ele deve ter pensado algumas coisas. Primeiro, que eu tinha razão quando falava sobre como os Dawson são: nesse momento, minha casa estava agora cheia de toda a minha família e a do Marcos. Aposto que ele pensou que era brincadeira quando eu dizia que eles são um grupo grande com muitos agregados e quase sempre estão se vendo. Ele me lançou um olhar que dizia que nunca havia visto tantas pessoas que se conheciam perfeitamente bem e eram glamorosas e honestas em um único local.

Uma vez, ele me disse que estava mais acostumado a ver de relance uma pessoa muito elegante usando uma máscara falsa para conversar com seus familiares e passando pelas ruas da cidade com o nariz em pé. Se viesse de uma família como os Dawson, talvez essa pessoa padecesse ao lado e iria esbarrar, dizendo que você era o culpado da situação. Às vezes, seria uma pessoa que iria te olhar de cima a baixo antes de virar as costas, saindo andando com o pensamento de que não iria valer a pena discutir com alguém de um nível diferente.

Mas isso era raro de se ver nessa família. Cada pessoa aqui é bondosa e fantástica, que vê seus próprios defeitos e trata as pessoas como iguais até o fim. Em segundo lugar, a quantidade de comida na mesa de centro da sala e na da cozinha havia sido muito bem decorada. Uma toalha desenhada com pavões mergulhados em tinta dourada caía das laterais de epergnes dourados, e uma faixa de lírios amarrada com correntes douradas serpenteava pelo centro da mesa. O cheiro delas — ceroso, doce demais — enchia a sala.

No quintal, Fred e Caleb trouxeram mais uma mesa e a colocaram onde estava a comida. Zeus andava de um lado para o outro, esperando alguém derrubar algo. Lúcio passava do colo de Marcos para o de Miguel em segundos, às vezes indo para o colo de Eduardo.

Oliver estava jogando com James e Davi. Zayn conversava com William, que ficou envergonhado com algo que Daphne disse em seu ouvido ao passar ao lado do namorado.

Matthew passou correndo com Matilde, Brian e Zack atrás deles e com alguns docinhos nas mãos. Olhei na direção de Fred, que estava com um jeito cético em cima do esposo que tinha um ar culpado.

— Sabe, quando me contou sobre como são as coisas, não esperava que fosse ser tão... — Joseph começou a dizer.

— Intenso e maluco — Marcos respondeu com um sorriso. — Essa é a definição que mais usam para definir a gente.

— Eu diria que são excêntricos — afirmou Joseph, enquanto tomava um gole de sua bebida. — Mas, no final das contas, até que são divertidos.

— Não precisa ser tão cortês; minha família é meio intensa demais, todos sabem disso perfeitamente — disse Marcos, rindo.

Miguel se aproximou de mim com Eduardo logo atrás, e, para minha surpresa, foi Lúcio quem pulou em seu colo, completando a felicidade.

— Isso não é um tanto extravagante apenas para um jantar? — questionou Eduardo. Lúcio olhou para o avô antes de se lançar para frente, pedindo por Marcos.

— Pode vir, meu bebezinho lindo — Marcos disse, afastando-se com Lúcio, enquanto Joseph fazia caretas para meu filho mais novo.

— Você ainda não viu nada do que essa família é capaz. Irão te surpreender ainda mais — respondi.

— Nunca fui fã desses tipos de jantares extravagantes — disse Eduardo.

Miguel soltou um risinho.

— Você nem gosta de participar dos jantares da sua própria empresa — comentou Miguel, e Eduardo o encarou como se fosse uma loucura. — Pelo menos ia para evitar causar alguma cena.

— Eu não lembro disso — afirmou Eduardo, percebi uma sombra passando pelo rosto de Miguel, mas ele disfarçou rapidamente. — Sinto muito.

— Não tem com o que se preocupar — respondeu Miguel. Antes que Eduardo pudesse dizer algo, Mat surgiu e pegou a mão do avô em completa alegria, sumindo do meu ponto de vista. Olhei para Miguel, que suspirou.

— Já estava me perguntando, você agiu como se estivesse preocupado com algo — comentei cruzando os braços. — O que aconteceu?

— Eu... — Ele começou por alguns segundos antes de pensar. — Antes de virmos para cá, quero dizer, antes do acidente do papai, eu estava no processo de adoção de duas crianças do orfanato da cidade. Estou pensando em como será confuso quando perceberem que o vovô Eduardo não lembra deles, e mais difícil ainda para o papai, vendo que está magoando mais pessoas além de mim por ter se esquecido de tudo.

— É uma situação delicada, Miguel. Imagino que não seja fácil lidar com as emoções de todos nesse momento complicado. — comentei, mostrando compreensão.

Miguel assentiu, um olhar preocupado em seus olhos.

— E se o papai não recuperar a memória? — perguntou ele, mais para si mesmo do que para mim. — Como vou explicar para as crianças? Eles conhecem ele perfeitamente, vai ser doloroso demais.

— Vamos lidar com uma coisa de cada vez. O importante agora é oferecer apoio à família e ajudar o Eduardo a se adaptar da melhor forma possível. Quanto às crianças, elas vão entender, sei que vai ser difícil mais vão — ofereci um sorriso encorajador.

Miguel pareceu ponderar minhas palavras, agradeceu com um aceno de cabeça, e ambos continuamos observando o movimento na festa, onde a alegria contrastava com as preocupações que circulavam entre nós.

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Pela casa, uma música suave tocava ao fundo. Lúcio estava saboreando a papinha que Marcos preparara com delicadeza, sorrindo para o pai, e ao me ver, fez a festa para vir para o meu colo. Marcos sorriu para mim, Mat surgiu ao lado do pai e do irmão, estendendo um docinho para Lúcio como se fosse um pequeno espião.

Eduardo apareceu atrás e viu a cena antes de se desculpar com Marcos por ter dado um doce para as crianças. Fred observou a cena e dirigiu seu olhar para Caleb, que balançou a cabeça em negação.

— Você fez isso horas antes — Fred respondeu, olhando na direção do marido. — Não venha querer dar lição de moral.

Joseph conversava com Daphne e William quando Matilde surgiu ao lado dele e o abraçou pela cintura. Meu amigo sorriu para a filha e bagunçou seus cabelos.

— Realmente, esta é a família que você merece — comentou Miguel, divertido.

Puxei-o para um abraço, um enorme sorriso surgindo em meus lábios.

— Lembrei-me de que, a partir de agora, esta é a sua família também — disse com um sorriso. — Somos uma família, e isso é o mais importante de tudo.

Envolvidos no abraço, senti uma sensação reconfortante de união. Era como se as palavras tivessem o poder de solidificar laços familiares. Soltei-o suavemente e olhei ao redor, capturando momentos da celebração familiar.

Mat estava distribuindo doces animadamente, Eduardo se desculpava com Marcos, e Joseph compartilhava risadas com Daphne e William. Matilde abraçava Joseph, tornando a cena ainda mais calorosa.

Miguel, observando a interação, sorriu com satisfação.

— Esta é a família que merecemos — afirmou, e concordei, sentindo a verdade nas suas palavras. Era um instante de conexão, onde o significado de família se revelava em gestos simples e sorrisos compartilhados.

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Até a proxima 

O valor de um Amor (Mpreg) | Livro 1 - Amores perdidos e encontradosOnde histórias criam vida. Descubra agora