Capítulo Vinte e Sete

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Edu Robinson:

Sinto minha cabeça latejar só devido a essa discussão com essas duas pessoas que, teoricamente, deveriam ser minha família de sangue. No entanto, desde que eu me entendo por gente, percebi que a única coisa que lhes importava era o dinheiro e o poder.

É repugnante admitir que ambos são meus pais. Afinal, minha própria família conspirou e controlou minha vida, transformando—me em uma marionete desde o momento em que nasci.

Acho que das pessoas que entraram na minha vida, Marcos foi o que me fez acordar pro mundo e desejar viver. Mas claro que eu seria burro e deixaria minha família me controla e assumi a rédeas da minha vida pra ele e isso me fez perder o meu pequeno, nascimento do nosso filho.

Cresci em meio a uma atmosfera sufocante de intrigas e manipulações. Minha infância foi marcada por discussões ásperas que ecoavam pelas paredes da casa. Minha inocência foi roubada por segredos e mentiras que se entrelaçavam como teias de aranha em nossa vida cotidiana.

À medida que o tempo passava, percebi que meu valor era medido não pelo amor que me davam, mas pela quantia em minha conta bancária e pelos contatos que meus pais acumulavam. O calor da família foi substituído pela frieza dos negócios e pela busca incessante de poder.

Hoje, enquanto encaro o passado, é difícil acreditar que essas duas pessoas são os que deveriam ter sido meus pilares de apoio. Em vez disso, eles foram os arquitetos de um enredo sinistro que moldou minha vida até este momento, como se eu fosse apenas uma marionete em seu jogo de ambição e ganância.

— Decida o que você realmente quer fazer com a sua vida. Esse Marcos já causou problemas demais para nossa família — meu pai repetiu, batendo o pé com força, forçando—me a encará—lo.

Lisa, que vestia um elegante vestido vermelho, sorriu amplamente. Ao seu lado, o homem vestido com um terno sob medida da Itália tinha uma expressão carrancuda, olhando—me de maneira intimidante.

— Estamos preocupados com você, já que não atende nossas ligações! — Lisa disse. — Deveria nos ajudar a encontrar um advogado competente para tirar seu filho das garras daquele traste do Marcos.

Isso me subiu um estresse, quem ela pensa que é para chamar alguém de traste, principalmente o Marcos.

— Deveria tomar cuidado com o que fala na minha frente sobre o homem que eu amo, sua vaca manipuladora — Rosnei, a voz trêmula de raiva.

— Me respeita, seu imprestável! — Lisa disse raivosa. — Estou apenas tentando recuperar meu neto do pai vagabundo dele e dessa família de merda.

Meus punhos se cerraram de raiva, finalmente rompendo o silêncio que sempre mantive diante dessas duas pessoas. Era evidente que aquela mulher só se importava com dinheiro e difamava os outros para conseguir o que queria. Foi a primeira vez em toda a minha vida que ergui a voz contra eles.

— Vocês dois, fora daqui! — Falei com firmeza. — Não quero ver nenhum de vocês na minha frente a partir desse momento.

— Quem você acha que é? — Papai falou, e pude perceber que ele se segurava para não gritar. — Ninguém vai sair, eu que paguei pelas suas noites neste hotel com o dinheiro da minha empresa. Se eu quiser, posso expulsar você daqui!

— Então me expulsa! — Gritei cheio de raiva. — Se quiser, me deserdar também! Prefiro não ter nenhum dinheiro que venha da sua empresa falida, que só se mantém graças à minha ajuda.

Lisa estava prestes a me agredir, mas segurei sua mão a tempo, observando o desprezo em seus olhos naquele momento.

— Você não ouse encostar em mim! — Falei com determinação, e ela recuou. — Vou pegar minhas coisas e irei embora daqui, a partir deste momento estou me desligando da sua empresa.

O valor de um Amor (Mpreg) | Livro 1 - Amores perdidos e encontradosOnde histórias criam vida. Descubra agora