CLASSIFIED || CHARLIE & BABE [PITBABE]

CAPÍTULO CINCO

Charlie Kitjaruwannakul

Era incrível o que algumas cervejas poderiam fazer para acabar com um humor ruim. Após a nossa aula final, eu fui para o meu quarto, esperando o telefonema do meu pai que certamente estava por vir. De jeito nenhum, eu queria estar no lado receptivo em  público, então eu abri algumas garrafas e, depois de algumas horas de silêncio e um bom nível de embriaguez, os eventos de hoje pareciam uma memória distante.

Pelo menos por enquanto.

Então, quando Babe abriu a boca e mencionou algo sobre um buraco no meu quarto, eu não pude deixar de rir. O cara era tão ridículo que eu não pude evitar. Ridiculamente bonito também, a voz na parte de trás da minha cabeça disse. Era uma pena que o mesmo cara desenhando paus no céu e se comportando como um rebelde que não dava a mínima, era aquele que fazia meu pau sentar e prestar atenção.

Quando Babe contornou a traseira da minha motocicleta e parou ao lado da dela, pude dar uma boa olhada na moto que o encaixava em um T maiúsculo. Uma Yamaha esportiva vermelha que parecia conseguir ultrapassar qualquer coisa na estrada. Combine isso com seu dono - cabelos castanhos desgrenhados de uma maneira sexy devido o capacete, uma jaqueta de couro e jeans baixos nos quadris - e era uma mistura perigosa.

— Isso é um sorriso? — Babe disse, erguendo uma sobrancelha. — Eu não pensei que você sabia como fazer isso.

— Talvez eu simplesmente não ache você tão engraçado quanto os outros.

— Ou talvez você sofra de uma debilitante falta de humor.

— Eu compenso isso em outras áreas.

Os olhos de Babe brilharam.

— Como...?

— Você não gostaria de saber.

— Sim, gostaria. É por isso que estou perguntando. — Ele apontou para si mesmo. — Não sou sutil, lembra?

— Acho que não vou conseguir esquecer.

— Bom. Missão cumprida. — Babe balançou as sobrancelhas. — Você não pensou que minha exibição no céu hoje era toda para Gucci, não é?

Jesus, eu precisava me afastar dele, e agora, porque considerando quão relaxado eu estava me sentindo, seu flerte estava começando a me fazer ceder.

— Se isso é verdade, então você pode procurar um médico, porque estava um pouco desequilibrado lá embaixo.

Babe me lançou seu sorriso destruidor de corações.

— Ou eu poderia simplesmente deixar você me examinar.

Com essa oferta tentadora, eu recuei e balancei minha cabeça.

— Isso não vai acontecer.

Enquanto Babe me seguia, dei outro passo para trás. Eu deixei isso continuar por muito tempo. Eu precisava de alguma distância entre nós, e agora.

— Por que não?

Decidindo que meu melhor curso de ação era não dizer nada, eu me virei, prestes a voltar para o meu quarto, aquele no qual dividia uma parede com o homem que agora vinha atrás de mim.

— Charlie?

Eu sabia que deveria continuar andando. Entre, feche a porta e tranque-a. Mas o que minha bunda idiota fez? Parei e me virei - e imediatamente me arrependi.

Babe estava agora na calçada, em pé na minha frente. Seus lindos olhos se encontraram com os meus, como se ele estivesse esperando que eu respondesse. Mas tudo que eu pude fazer foi olhar para aqueles lábios cheios que estavam tão perto, que tudo que eu precisava fazer era estender a mão e agarrá-lo para provar.