CAPÍTULO VINTE E CINCO

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Babe Promphaopun

Fazia anos desde que eu tinha visto os Blue Angels voando no céu em perfeita formação, suas manobras tão bem executadas mesmo com os jatos tão próximos que parecia que você não podia colocar um centavo entre eles. Eles estavam ainda mais perto do que parecia. Ouvi dizer que, a certa altura, eles ficavam a uns dezoito centímetros um do outro, o que me impressionou, considerando que o objetivo do combate era fugir dos outros jatos. Ou, você sabe, derrubá-los do céu.

Os seis jatos se separaram subitamente, dois à esquerda, três à direita, enquanto o número um disparou e começou uma série de manobras solo que eu não tinha certeza de que estavam coreografadas. Todos eles tinham a chance de mostrar o que queriam quando os holofotes eram deles? Ou até seus momentos individuais foram planejados com antecedência por outra pessoa? Esta última suposição não me excitava muito, mas e se cada piloto inventasse sua própria coisa? Que foda. Fiz uma anotação mental para perguntar depois.

Os jatos restantes foram um para o outro abaixo do número um e, do nosso ponto de vista, pareciam estar indo para uma colisão.

— Oh, merda, eu não posso assistir. — disse Gucci, e eu me peguei prendendo a respiração enquanto os jatos passavam um pelo outro tão próximos que eu não conseguia ver o céu entre eles.

Charlie assobiou de onde ele estava sentado no chão ao meu lado, suas longas pernas cruzadas e seus braços descansando em cima delas. Seus olhos estavam arregalados de interesse, e eu encontrei meus lábios se curvando enquanto o observava. Ele parecia tão inocente naquele momento, como um garoto hipnotizado que estava vendo aviões pela primeira vez.

— Você está me olhando. — disse ele, os olhos ainda no céu.

— Tenho culpa se eu acho você mais interessante?

Ele balançou a cabeça e depois olhou para mim.

— Fala sério.

— Estou falando sério.

Charlie estreitou os olhos como se achasse que eu estava blefando, mas o barulho alto dos jatos que se aproximavam o fizeram olhar para cima. Os Angels estavam mergulhando no céu, partindo em direções diferentes, deixando rastros. Parecia seriamente impressionante, e o sorriso que iluminou o rosto de Charlie me disse que ele pensava assim também.

— Você gosta disso — eu disse.

— Quem não gosta?

— Para assistir, talvez. Mas alguns de nós não jogam bem em equipe.

Charlie riu, pondo as mãos atrás dele e esticando as pernas.

— Sim, não tenho certeza se consigo vê-lo fazendo isso. Você seria mais propenso a explodir os jatos, se chegasse muito perto.

— Isso parece divertido. — eu levantei minha cabeça, pensando. — Talvez se eu fosse o número um e eles tivessem que seguir minhas regras.

— Eu não acho que é assim que funciona.

— Então sim. Jatos explodindo ou estou fora.

Charlie sorriu.

— E você? Você joga bem em equipe? — eu disse, movendo minha mão para que ela ficasse ao lado da dele.

— Diga-me você.

Droga. A resposta para isso seria um "sim" do caralho.

— Eu diria que sim, mas eu quero que você jogue só comigo.

Os olhos de Charlie ficaram aquecidos, e ele abriu a boca para responder, mas Alan estava ali, filho da puta.

— Sério, vocês dois deveriam ir para um quarto. Ou calem a boca. Meus ouvidos estão sangrando.

CLASSIFIED || CHARLIE & BABE [PITBABE]Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang