CAPÍTULO DEZ

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Babe Promphaopun

Eu devo dizer que gosto de um pouco de duplo sentido e gostava ainda mais quando saia da boca de Charlie. A mesma boca que eu tinha imaginado várias vezes ao longo do meu banho de uma hora naquela manhã, pensando na maneira como ele me chupou como se nunca tivesse provado algo melhor.

Porra, isso era quente.

À minha frente, Phantom balançou a cabeça.

— Sério, pensei que ele ia te matar ontem, cara. Havia fogo do inferno saindo de seus olhos.

— Nada que eu não possa aguentar.

Ele mergulhou uma batata frita em um monte de ketchup e colocou na boca. Enquanto mastigava, ele disse:

— É corajoso ou meio suicida ir atrás do favorito. Ainda não consigo descobrir qual deles você é.

O favorito, hein? — Quem disse?

— Eu digo!

— Não, quero dizer, quem disse que ele é o favorito?

Phantom limpou a boca e jogou o guardanapo na bandeja.

— Se você acha que o filho do capitão Kitjaruwannakul não é o queridinho de todos, então você está claramente iludido.

Pelo canto do olho, vi Charlie congelar. Ele ouviu claramente o que Phantom estava dizendo, mas estava escolhendo não dizer nada.

Eu não lidava muito bem com o silêncio.

— Como está sua visão, Phantom? — eu perguntei.

— Perfeita, como esperado. Por quê?

— Só estou curioso, já que você parece não ter visto o ataque que dei ao tenente Kitjaruwannakul no céu ontem. — engoli um pouco da minha água e dei de ombros. — Talvez você devesse me chamar de favorito.

— Você? O favorito? — Alan riu. — O inferno congelaria primeiro.

— Poderia acontecer. Mudança climática e tal. — sentindo o olhar de Charlie em mim, olhei para onde ele estava lentamente abrindo seu hambúrguer. Seu rosto ficou um pouco avermelhado, e ele parecia estar tentando se controlar, talvez se forçando a não ir até Phantom e bater na cabeça dele com uma bandeja. Enquanto respirava fundo, ele me deu um aceno mais sutil e depois pegou sua bebida.

— Oh merda. — Becky ficou boquiaberta para o relógio, seu embrulho mal comido caindo na bandeja. — Temos que ir. — quando ela se levantou tão rapidamente que sua cadeira caiu, o resto de nós a encarou até ela dizer:  — Estamos atrasados. São duas horas.

Caos irrompeu, todos nós saindo de nossos assentos, xingamentos soando quando percebemos que estávamos em sérios problemas por perder alguns segundos da nossa aula de treinamento. Houve uma corrida pelos corredores, mas minha mente vagou, uma ideia se formando que não tinha nada a ver com o que estaríamos aprendendo com o comandante Lourhaphanich hoje.

Quando o resto dos meus colegas entraram na sala, eu recuei e antes que Charlie pudesse seguir os outros, eu bloqueei o caminho dele.

— Posso falar com você?

— Sim, mas não agora. — disse ele, mas antes que pudesse passar por mim para abrir a porta, eu pisei na frente dele.

— Qual é a pressa? Já estamos atrasados.

Charlie hesitou e depois fez um gesto para eu continuar, e senti uma pequena satisfação ao fazê-lo quebrar uma regra.

— Você gosta de comida mexicana?

CLASSIFIED || CHARLIE & BABE [PITBABE]Where stories live. Discover now