CAPÍTULO SEIS

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Babe Promphaopun

Charlie estava fora da motocicleta e a meio caminho do quarto antes que eu pudesse piscar.

Eu não era um idiota. Eu sabia que cerca de sessenta por cento dele não queria que eu o seguisse até aqui, mas os outros quarenta por cento? Estavam me implorando para fazer uma jogada.

Eu o assisti quando ele pensava que eu não estava olhando, mesmo que ele fosse definitivamente... qual era a palavra que ele usou comigo? Sutil.

Ainda bem que eu pude ler entre as linhas sutis que ele parecia estar se esforçando para entender.

A chave de Charlie estava na fechadura quando eu o alcancei, mas antes que ele pudesse entrar, eu me coloquei no espaço entre ele e a porta. Isso o fez dar um passo para trás e ele balançou a cabeça.

— Você não desiste, não é? - ele falou.

— Não quando vejo algo que quero.

— Mesmo se esse "algo" não quer você?

Um sorriso lentamente curvou meus lábios.

— Oh, ele quer sim.

Charlie olhou em volta, paranoico como sempre, apesar de o quartel estar completamente quieto, sem ninguém à noite. Ele não encontrou meus olhos novamente, concentrando-se no capacete em sua mão.

— Você deveria ter ficado na praia.

— Não há razão para ficar se você não estiver lá.

Ele levantou a cabeça então.

— Você precisa recuar. Eu não brinco na base...

— Então vamos sair da base.

— Você não entende, não é?

— Não sou iludido. Eu ouvi o que você está dizendo, mas seus olhos me falam outra coisa. — então eu olhei abertamente. — E o seu corpo também.

Com as costas ainda pressionadas contra a porta, decidi tentar a sorte, e adivinha? A maçaneta girou com facilidade, e eu me vi empurrando a porta para trás e entrando enquanto o alarme atravessava o rosto de Charlie.

— Se você acha, por um segundo, que eu vou convidar você para entrar, você ficará decepcionado.

— Então, o que você vai fazer, ficar aí fora a noite toda?

— Não. Você vai sair do meu quarto e voltar para o seu.

Eu me virei e examinei os aposentos de Charlie antes de olhar para trás.

— Bem, isso não é muito educado da sua parte. Aqui estou querendo me relacionar com meu parceiro, conhecê-lo melhor para que possamos trabalhar melhor juntos, e você está sendo absolutamente hostil.

Charlie olhou para os lados, mas, como antes, a base estava vazia. Então aqueles afiados olhos escuros mais uma vez encontraram os meus.

— Eu pareço estúpido para você?

— Sinceramente não. Você parece alguém com quem eu gostaria de ficar nu e foder, e eu realmente não sou um idiota.

Os dedos de Charlie se apertaram em torno de seu capacete, e eu não tinha certeza, mas suspeitava que ele estivesse pensando em arremessá-lo na minha cabeça.

— Saia do meu quarto.

Não pergunte o que me possuía - talvez a lembrança de um Charlie seminu e molhado saindo das ondas -, mas apertei os lábios, dei um passo para trás e balancei a cabeça.

CLASSIFIED || CHARLIE & BABE [PITBABE]Onde histórias criam vida. Descubra agora