CAPÍTULO VINTE E TRÊS

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Charlie Kitjaruwannakul

Desde o momento em que entrei no centro de convenções, onde o Baile da Marinha estava sendo realizado, senti um nó no estômago. Na verdade, risque isso. Desde o momento em que entrei na limusine com Kim e os outros e avistei Babe nos observando ir embora, eu sabia que tinha tomado a decisão errada. Quanto mais longe eu ficava de Babe, mais agitado eu me tornava, mas foi só quando todos nós entramos no saguão do centro de convenções que eu sabia que não havia como continuar fingindo que estava tudo bem. Que eu não estava morrendo por dentro.

Enquanto os outros se dirigiam para o salão principal, eu só consegui me esconder nas sombras e esperar. Pareceu uma eternidade, mas então... eu o vi.

Babe seguiu o grupo de colegas estagiários com quem ele veio, parecendo tão pouco entusiasmado quanto eu por ter que entrar, mas caramba, ele estava lindo. Eu não conseguia tirar os olhos dele. Sua pele pálida combinava perfeitamente com o uniforme branco brilhante, que seu corpo magro preenchia tão bem, e ele andava com uma confiança que eu sabia que não era falsificada.

Olhe para mim, eu desejei. Volte. Não vá sem mim.

Como se eu tivesse dito as palavras em voz alta, Babe olhou por cima do ombro, e aqueles olhos cor de conhaque se arregalaram um pouco.

Droga. Se eu pensava que ele parecia bem de costas, era porque não tinha visto a perfeição que ele era de frente, enquanto caminhava em minha direção.

Lambi meu lábio inferior e mexi meu quepe nas mãos, e quando ele parou a alguns metros de distância, falei exatamente o que pensava:

— Você está lindo.

— Você também. — Babe tentou sorrir, mas não alcançou seus olhos. — Lindo o suficiente para comer.

Eu sabia que ele estava tentando um pouco de leviandade, mas não conseguia ver o humor da situação agora.

— Ei — disse ele, dando um passo em minha direção, embora ainda se mantivesse à distância. — O que está acontecendo? Por que você está aqui fora, em vez de estar lá dentro?

— Eu... eu não consigo fazer isso.

Percebi imediatamente que Babe havia interpretado minhas palavras de maneira errada, porque uma sombra de medo entrou em seus olhos.

— Você não consegue fazer o que? — ele disse.

— Eu não posso mais fingir. — eu respirei, instável. — Eu não posso entrar lá fingindo.

— Fingindo... o que exatamente?

— Você sabe o quê, Babe. Não posso entrar lá, mentir e dizer às pessoas que não consegui encontrar uma acompanhante quando a pessoa que eu quero ao meu lado está bem na minha frente.

O corpo inteiro de Babe ficou imóvel. Tão quieto que eu nem tinha certeza de que ele estava respirando, e merda, isso não poderia ser um bom sinal.

Oh Deus, por que eu disse isso, quando ele obviamente não...

— Todo mundo saberia.

Três palavras, que eu sabia que tinham o poder de mudar tudo, mas e se valesse a pena? E se nós valêssemos a pena?

Eu mantive meu olhar firme nele, mostrando a ele que não tinha medo.

— Eu sei.

Babe deu outro passo em minha direção, e então ele fez algo que eu não esperava.

Ele estendeu a mão.

Engoli em seco, olhando da mão dele para o rosto dele, para aquele meio sorriso malicioso, e então ele piscou para mim.

CLASSIFIED || CHARLIE & BABE [PITBABE]Where stories live. Discover now