CAPÍTULO DEZENOVE

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Babe Promphaopun

— É disso que eu estava falando! — deitei-me na espreguiçadeira reclinada que dava para a piscina, onde nossos colegas estagiários estavam mergulhando no que era um dia abrasador. Eu tinha acabado de sair e as gotas de água ao longo da minha pele estavam começando a evaporar, não que eu me importasse. O calor parecia estar no meu sangue.

— De quem é este lugar? Estamos invadindo? — Alan estava sentado na ponta da espreguiçadeira ao lado da minha, com um grande protetor solar na mão enquanto cobria cada centímetro de seu corpo pálido.

— Não, pertence a um amigo de Charlie que está no exterior.

— Huh. — Alan abaixou os óculos escuros e olhou para mim. — Você já esteve aqui antes?

— Não.

— Então, como você sabe que essa casa é do amigo dele?

— Eu o ouvi dizendo a Whiplash quando ela chegou aqui. — estendi a mão para o lado para pegar minha cerveja, mas quando a agarrei, estava vazia. — Vá pegar uma cerveja para mim.

Alan limpou o resto do protetor solar no calção e bufou.

— O que você acha que eu sou? Sua vadia?

— Você desempenhou o papel bem o suficiente quando eu o fiz comer meu pó outro dia.

— Foda-se. — ele resmungou quando se levantou. — Essa foi uma oportunidade de sorte.

— Não foi sorte. Eu sou tão bom assim.

Eu sorri para ele, meu sorriso convencido claramente o irritando pelo jeito que ele começou a xingar.

— Estou interrompendo alguma coisa aqui? — Charlie disse, lançando uma sombra sobre mim e dando alívio temporário do sol. Ele olhou entre nós antes de fixar seu olhar em mim. — O que você fez agora?

Minha boca se abriu.

— Eu? Por que sempre é minha culpa?

— Porque você é um problema ambulante. — quando Charlie sorriu, Alan assentiu.

— Não banque o inocente. Até Panther entende, e Deus sabe que ele teve um assento VIP se tratando de lidar com sua merda.

— Ah, vá passar mais protetor solar em você, seu bundão. — quando Alan riu e se afastou, Charlie pegou o lugar na espreguiçadeira ao meu lado e me entregou uma cerveja fresca. — Eu não sei como somos amigos, eu juro.

— Porque ele não aguenta a sua merda, e você respeita isso.

Engoli um longo gole da bebida gelada. Pelo canto do olho, vi Alan invadindo o refrigerador enorme e, quando viu a cerveja cheia na minha mão, ele apontou para Charlie e murmurou:

— Quem é sua vadia agora?

Dando-lhe o dedo, sentei-me na espreguiçadeira e bebi um pouco mais, enquanto Charlie permanecia quieto e pensativo ao meu lado, embora mais relaxado do que ele estivera há algum tempo. A semana havia começado difícil, mas depois da nossa aventura de voo em conjunto, ele parecia ter voltado à sua rotina. Como se ele se lembrasse da pura emoção do que fizemos e focasse nisso, e não no passado. Pelo menos, eu esperava que fosse isso. Nos últimos dias ele subiu sozinho para os céus, e eu não tinha testemunhado nenhuma ansiedade. Não estou dizendo que ele estava curado, porque afinal, você realmente esquecia? Eu com certeza nunca o fiz, e foi isso que me incentivou toda vez que subia em um jato.

— Outra? — Charlie disse, sua voz cortando meus pensamentos, e quando olhei para baixo, percebi que tinha terminado a cerveja.

— Droga. Acho que estava com sede. — Coloquei a garrafa vazia ao lado da minha cadeira e notei como o sol brilhava na pele de Charlie, fazendo-me querer lamber cada centímetro dele. Não que eu pudesse ver tudo o que queria; ele usava uma regata com seu short para cobrir os hematomas remanescentes que, embora desbotados, ainda estavam lá para servir como um lembrete que ele não queria.

CLASSIFIED || CHARLIE & BABE [PITBABE]Onde histórias criam vida. Descubra agora