25 - Batismo Vermelho

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Mikhail

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Mikhail

Foi estranho perceber que nada para por causa da morte. Mesmo alguém importante ao ponto de terem decretado luto oficial de três dias no país. Perder Thierry trouxe um vazio estranho para o palácio, assim como para meu peito, o que era estranho considerando que o conhecia tão pouco. Não sabia nem metade do que havia para se saber do Lorde Mer, o conhecia a uma fração mínima de minha vida — outra coisa breve demais em comparação a dele —, todavia, me pegava sentindo que perdi um amigo tão íntimo quanto um irmão.

Um mês havia se passado, Eadan chorava praticamente toda noite. Daryn voltou a trabalhar rápido. Não pude me deixar cair para poder apoiar Ed. Os membros da tripulação ainda visitavam o rio volta outra não, mas Eadan estava me preocupando. Ele não comia direito, perdeu peso com toda certeza, e apesar da animação em se tornar uma Cauda, nada o convenceria a sair da cama nos dias mais difíceis.

Eu não sabia o que fazer. Nunca perdi um pai e sinto que jamais teria uma proximidade tão grande com Jurg para justificar um luto tão profundo. Daryn era grosseiro, às vezes, dizia que Eadan precisava se levantar por Ísis, que como homem ele não devia agir daquela forma e todo o lero-lero de irmão mais velho. Mas me parecia desrespeitoso agir daquela forma, ninguém tinha obrigação nenhuma de sair por aí rindo e saltitando depois de enterrar o pai. Um mês contra 24 anos de convivência com o velho era o quê? Nada.

A última Cauda, Lorde Floro, havia atracado numa embarcação mercadora na noite anterior. O batismo aconteceria a qualquer momento. Eu presumi que o evento funcionaria como uma cerimônia de cavaleiros, gente ajoelhada, espadas nos ombros, comida e bebida de sobra. Mas não podia ter certeza também, parte do sucesso da Corte vermelha se deve ao funcionamento dela ser uma incógnita para todos que não são parte dela.

A família imperial me adotou através de Maksim, era engraçado as duas princesas tentando falar comigo sem que eu pudesse entender ksaardo. Não admitiria em voz alta, mas ter Maksim por perto me tranquilizava. Algo de casa. Alguém que eu conhecia. Alguém que parecia se importar comigo tanto quanto me importava com ele.

— Aquele você conhece, Rei Baudoin — Maksim se debruçou no parapeito, ele havia me convidado para assistir a reunião dos membros da Corte no pátio. — Segunda Cauda, Casa O'Meuer. E aquele ruivo é Lorde Firmin, cunhado dele, Quarta Cauda pela Casa Boyer.

Não havia nada especial no pátio, eles apenas se reuniam em rodinhas de fofoca. Gente de toda parte, línguas de toda parte. Conseguia entender parcialmente algumas conversas, mas a variedade de sotaques atrapalhava um pouco meu ouvido. Rei Baudoin, o governante careca e baixinho de Valghur estava acompanhado de duas concubinas numa roda de gente querendo ser nobre.

Novos-ricos nunca tinham apresso por etiqueta ou moda, tornando gritante a discrepância entre eles e pessoas como Maksim, Laelia e eu. Não mediam ações, palavras ou quantos tecidos estampados você pode combinar com listras — nenhum. O Rei, por outro lado, era um sujeito de nariz empinado e bons modos, apesar da arrogância dele ter me incomodado a vida inteira.

Ruby da Fortuna: Raposas do MarDove le storie prendono vita. Scoprilo ora