Capítulo Cinco.

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DG narrando:

Era bom conviver com alguém que pensava da mesma maneira que eu.

Era bom conviver com DR, ele tinha exatamente os mesmos pensamentos, a mesma perversidade, o ódio pelo mesmo inimigo. Até que estava me dando bem viver com ele por esses três anos. DR era uma figura, bem, matava qualquer pessoa que aparecesse em sua frente e que ao menos dissesse que sua camisa estava suja, por isso gosto dele.

Todos aqui temem o nome dele, e me sinto bem confortável andando por essas ruas e todos se curvando à mim, havia sido colocado como sub-comandante do tráfico de drogas do Complexo do Alemão.

Talvez DR fosse mais doente que eu, mas tudo que o motivava era vingança e ódio.

Quando soube que Luan havia se entregado, realmente pensei em várias formas de atingir ele, de fazer ele sofrer muito, mas DR me aconselhou esperar. Darlysson tinha um plano, ele queria fazer Luan sair da prisão, não tinha graça atingir Luan sem o mesmo não estar presente.

Nesses três anos fiquei observando de longe Maria Júlia, e a filhinha deles, sentia muita vontade de fazer as duas sofrerem mas DR não me deixava, ele não queria exatamente atingir Maju e a filha deles, DR queria atingir completamente Luan.

Mas enfim, tenho certeza que dessa vez nossos planos não falharão.

Estou sentado no escritório da boca de fumo, observo Darlysson cheirando a cocaína distribuída em fileiras pela mesa, ele estava suado e bem drogado, tomava o Whisky na boca enquanto se drogava sem parar.

─ Sabe, tu nunca me disse porque odeia tanto nosso querido Luan ─ eu digo fitando o mesmo, Darlysson se vira puxando um trago do cigarro de maconha e suspira.

─ O passado, sempre existe um lado ruim e um lado bom, e adivinhe, eu sou o lado ruim.

Ele diz mas não entendo, já não devia ser mais ele mesmo. Me levanto da cadeira e conto rapidamente o bolo de dinheiro do assalto que havíamos feito juntos.

─ Sabe do que tenho muita vontade? ─ Darlysson pergunta sorrindo e nego.

─ De quê? ─ demonstro desinteresse.

─ Tenho vontade de amarrar Luan em uma cadeira e arrancar cada pedacinho do corpo dele, depois arrancaria os olhos e o veria morrer gritando e implorando perdão.

─ Perdão por quê?

─ Não quero falar sobre isso ─ Darlysson diz suspirando.

Um silêncio se formou por alguns minutos na sala mas resolvi quebrar. Claro que tinha curiosidade em saber porque DR tinha um ódio profundo de Luan, mas nunca descobriria isso.

─ Tu acha que Luan vai fugir? Ou sei lá, dar um jeito?

─ Acho que sim, depois das ameaças que fiz ele com certeza vai ficar louco e vai cair como patinho no plano, tudo que mais quero é que ele fuja!

Sem sombras de dúvidas ele fugiria, sempre família em primeiro lugar pra Luan, por isso ele se dá mal! A porta de repente é aberta, PR adentra o cômodo suando, ele tira o revólver que estava metido na bermuda e joga sobre a mesa.

─ E então?

─ Vi a puta, ela é uma novinha bem gostosa, é verdade sobre o quê dizem na boa escolha pra mulheres do Luan.

PR se senta já acendendo o cigarro e tragando.

─ Isso é bem interessante, mas tu seguiu as ordens? ─ perguntei sério e PR me encarou com um certo deboche, ele não ia muito com minha cara.

Apenas um Traficante IIDonde viven las historias. Descúbrelo ahora