Epílogo.

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Maju narrando:

Acordo sentindo dor, muita dor mesmo, aquela dor desgranhada que te faz soltar logo um grito. E esse meu grito faz Luan dar um pulo da cama e botar o boné na cabeça pegando a fuzil, ele corre até a janela e abre a mesma.

─ Tão invadindo, porra ─ ele pega uma Barbie da Lua falando. ─ Quero os moleque tudo na entrada, usa as munições todas!

Sabe aquele momento que você tá quase morrendo de dor e também quer rir e não sabe se chora de dor ou gargalha?! Era eu.

Imagine só um homem enorme só de samba canção, com uma fuzil nos braços, de chinela e um boné na cabeça tentando usar a boneca da filha como rádio, esse era Luan em plena às três da manhã.

─ Luan, a boneca não é um rádio ─ chamo ele gritando pela dor. ─ Larga essa merda e pega a bolsa, eles estão vindo.

─ Meu Deus! ─ ele saí correndo pelo quarto desesperado, Luan estava mais desesperado que eu.

Tentei me levantar e já estava suando, me sentei na cama quase morrendo de dor, meu corpo todo estava arrepiado e a dor só aumentava. Fui até o banheiro com dificuldade e troquei de roupa também com dificuldade, minha barriga estava uma barriga de nove meses extra grande super melancia explosiva. Vou atrás de Luan no quarto dos bebês o vejo desesperado atrás da bolsa deles, vou até o berço onde Luan procurava desesperado e pego a bolsa deles que estava praticamente na frente dele.

─ É essa! ─ digo suspirando de dor e ele me lança aquela carinha dele.

─ Vamos, vamos! Temos que ir logo!

─ Te acalma aí, quem tá sentindo dor sou eu ─ digo entre dentes. ─ Vai logo colocar uma roupa porque você não vai pro hospital de samba canção e fuzil né.

─ Amor fica aqui, não saí, não desce as escadas sozinha.

─ Vai logo, merda! ─ berro morrendo de dor.

Me apoio no berço e peço baixinho pra eles esperarem mais um pouquinho porque Luan nervoso é demais! Saio do quarto de pernas abertas porque a barriga estava pesando demais, vou andando até o quarto do Gabriel e abro a porta ligando a luz.

─ Gabriel... ─ o chamo baixo, ele estava dormindo só de cueca e com uma camisa de rock na cara, do seu lado na cama estava seu skate e ele dormia abraçado com o mesmo. ─ GABRIEL!

Ele pula da cama olhando tudo ao redor nervoso.

─ Hã? Quê? Luan comprou uma pista de skate pro nosso quintal? Eu ganhei na mega sena e vou pra Disney? Justin Bieber veio pedir um autógrafo meu?

─ Nada disso ─ digo me encostando na porta. ─ Só seus sobrinhos que estão vindo ao mundo e como você é mais calmo peço que vá ajudar Luan porque até agora ele não saiu de se arrumar e tô quase morrendo de dor aqui, ele deve tá atrás de uma cueca.

─ Miga, sério isso? ─ ele sorriu divertido. ─ Calma, respira fundo e vê se a vaca louca não baixa em ti, vou ajudar o lerdo em escolher um look massa.

Gabriel sai do quarto dele e vai correndo pro nosso, eu desço as escadas devagar e vendo se não caio por cima daquela bola enorme implantada na minha barriga. Tomo um pouco de água tentando manter a calma mas é impossível, sinto vontade de gritar e ter meus filhos ali mesmo na sala.

Luan desce depois de um tempo já pronto, mete a arma na cintura, ajusta o boné na cabeça e pega as chaves, ele tenta me pegar no colo pra eu não andar mas rosno logo pra ele ameaçando tacar aquela bolsa na cara dele.

─ Gabriel fica com as crianças e assim que nascer eu te ligo!

─ Tá bom, boa sorte pro Isack e Ana Júlia e pra vocês dois, agora vou voltar pro sono de beleza.

Apenas um Traficante IIWhere stories live. Discover now