Capítulo Vinte e Nove.

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Maju narrando:

Abro minhas pálpebras sentindo a luz do sol fazer meus olhos arderem. Sinto vontade de vomitar. Por um momento minha cabeça doí e lateja me fazendo voltar a fechar as pálpebras.

Espero a dor amenizar pra poder abrir meus olhos de novo e explorar o local, estava em um quarto todo branco com alguns detalhes, o teto era tão branco que era capaz de cegar qualquer um, senti algo me incomodando na mão e só então a fitei enxergando um tubinho conectado em minha veia, a agulha causava certo incômodo em minha mão. Olho pra pessoa ao meu lado, Luan dormia como um anjinho, a fuzil estava em seu colo, o boné cobrindo seus olhos, ele estava todo torto na cadeira de plástico.

─ Luan? ─ o chamei baixinho e o mesmo despertou me fitando assustado.

─ Amor? ─ ele me olhou com aquela cara de sono toda amassada e ajeitou o boné na cabeça, em seguida bocejou e sorriu pra mim. Aquele sorriso lindo.

─ O que aconteceu? ─ quis me levantar mas ainda doía. Luan saltou da cadeira e me colocou de volta deitada.

─ Fica quieta, amor ─ ele diz me ajustando no leito, o pé da minha barriga ainda doí e me impossibilita de ficar em pé ou sentada. ─ Tu precisa repousar.

─ O que houve, por que eu tava sangrando ontem?

─ Calma, vida, tá tudo bem.

─ Luan... ─ choramingo com curiosidade e o mesmo suspira. ─ Me diz o que tá acontecendo!

─ Primeiro tu precisa ficar calma, respira fundo ─ ele diz segurando em meu rosto delicadamente e acariciando o mesmo. Puxo o ar devagar e solto no mesmo modo.

─ Agora fala...

Luan pensa um pouco antes de falar, ele abre a boca e fecha algumas vezes e por fim solta um suspiro longo.

─ Tu tá grávida, Maju ─ ele diz rápido enquanto ainda acaricia meu rosto, minha boca seca e meus olhos se arregalam, grávida... como assim?!

─ Grávida?! ─ indago sentindo meu coração acelerado.

─ Sim ─ ele tira o lençol de cima da minha barriga e levanta o tecido da roupa que usava deixando minha barriga à mostra. Delicadamente ele pousa sua mão em cima, é possível sentir o toque quente dele contra minha pele. ─ Tem um bebezinho agora dentro de tu, mais um bebezinho e esse bebezinho precisa de muitos cuidados.

Olho pra minha barriga e levo minha mão trêmula até a mão de Luan a pousando sobre a dele. Ainda não acreditava, não conseguia acreditar de jeito nenhum que havia uma vida dentro de mim de novo, era uma mistura e incredulidade com felicidade. Eu já amava aquela criança, era um irmãozinho ou irmãzinha pra Lua que também ficaria extremamente feliz. Eu sorria com lágrimas nos olhos, Luan também sorria mas ao mesmo tempo demonstrava preocupação.

Luan se curva e sela meus lábios sorrindo entre o selinho.

Meu Deus! Eu seria mãe de novo e dessa vez Luan estaria comigo a todo instante. Eu estava tão feliz, uma felicidade enorme que transbordava com minhas lágrimas, eu chorava de felicidade, meu bebê, meu bebezinho. Luan beijou o alto da minha cabeça e tirou a mão da minha barriga segurando em meu rosto.

─ Liguei pro doutor Robson, marquei uma consulta pra terça-feira ─ ele diz e assinto ainda chorando pela extrema felicidade, Luan limpa minhas lágrimas com o polegar e me beija mais uma vez ainda sorrindo mas depois verifica o relógio de pulso e desfaz o sorriso. ─ Amor, preciso colar lá na boca e resolver umas paradas. Priscila tá vindo pra cá com a Lua, alta só amanhã, ok?

─ Fica aqui comigo, amor ─ peço baixinho e o mesmo beija minha mão com amor.

─ Volto de noite, preciso ir lá que tá uma confusão na boca, fica bem e qualquer coisa me liga.

─ Tá bom, me liga também ─ digo e ele se curva mais uma vez beijando meus lábios e despejando um beijo demorado na minha barriga. ─ Te amo.

─ Te amo mais ainda ─ diz fazendo cócegas em mim e pegando a fuzil em cima da cadeira. Aceno pra Luan e noto que ele está me escondendo algo, eu conhecia bem ele e sabia exatamente quando ele escondia algo. Mas procurei não me preocupar, Luan já estava quase na casa dos trinta e já era muito grandinho pra decidir as coisas da vida dele.

Acaricio minha barriga morrendo de felicidade, só de pensar que seria mãe pela segunda vez já era uma extrema felicidade para mim. Aquele bebê já fazia completamente parte de mim e ainda por cima era filho do homem da minha vida.

Apenas um Traficante IIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora