Capítulo Seis.

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Luan narrando:

Acabei me jogando dentro de uma área com bastante mato por causa do ardor da perna, estava tudo escuro e a única luz naquela mata era da lua que banhava toda a extensão. Os vermes passaram direto ainda disparando enquanto eu tentava o máximo me esconder, passei a mão pela perna e senti o líquido em meus dedos, merda!

Fiquei um tempo ali vendo se eles distanciavam e notei aproximação de alguém, tentei me esconder por dentro dos matos sentindo os mesmos cortando minha pele.

─ Luan? ─ Paulo sussurrou me chamando.

─ Tô aqui ─ respondi saindo do mato e mancando, minha perna doía pra porra.

Ele se aproximou e foi se agachando e checando minha perna mesmo na escuridão.

─ Foi de raspão, vou jogar areia e amarrar, os vermes foram direto então temos que pegar outra direção e correr até na estrada principal, depois a gente assalta algum posto de gasolina e pega um carro.

─ Tá certo.

Paulo rasgou a minha calça laranja tirando um pedaço do tecido e amarrou bem onde sangrava após jogar um pouco de areia pra estancar o sangue, ele me estendeu a mão e levantei enxugando o suor com a costa da mão.

─ Tá pronto pra meter o pé daqui? ─ ele me perguntou e assenti. ─ Tá dando pra andar?

─ Foi só um arranhão ─ eu digo e nós dois sorrimos. Fui mancando seguindo Paulo que traçava um caminho por dentro dos mato, íamos devagar e respirando abafadamente, os grilos cantavam naquela noite e ainda estava nervoso em encontrar algum verme por aí.

Depois de um tempo chegamos na avenida principal, o céu tava estrelado e aquele brilho me lembrava muito os olhos da Maju. Como queria ver ela de novo, a saudade não passava minuto nenhum.

Nós fomos andando pela beira da estrada que estava deserta, fomos em silêncio e de cabeça baixa até encontrarmos um posto de gasolina. Paulo pegou a faca indo pra cima da frentista e eu rendi o outro frentista dando um murro na cara do mesmo, Paulo foi até a loja de conveniência e me entregou a faca que coloquei no pescoço do cara, não ia matar não, nem sempre bandido quer matar.

Paulo saiu da loja de conveniência com sangue manchando a camisa que usava, ele carregava várias coisas, a frentista já chorava no chão e ficou completamente apavorada quando viu o sangue espirrado na camisa dele.

─ Vamos! ─ Paulo sorriu carregando algumas sacolas e pegou um tijolo jogando no vidro do carro e abrindo o mesmo, soltei os dois lá e fui até Paulo entrando no banco do motorista e fazendo ligação direta com a faca, era um carro simples e foi fácil de conseguir fazer.

Deixamos o posto de gasolina e seguimos direto pela estrada, ficava um pouco longe, a penitenciária era afastada do meu lar e isso fodia muito pela barreira policial lá na frente.

Abri as sacolas pegando um litro de água natural e bebendo por completo, minha garganta estava seca, depois comi um saco de salgadinho enquanto Paulo dirigia atentamente. No final da sacola achei um celular e decidi ligar pra Maju ao menos pra escutar a voz dela e ter tranquilidade em meu coração e assim fiz.

Coloquei em número privado e disquei o número dela, no quarto toque atendeu, quando ouvi a voz dela senti meu coração disparar, ela estava bem graças à Deus, e ainda tinha aquela mesma voz doce e meiga, aquela voz apaixonante que fazia meu coração disparar.

Eu não disse nada, apenas sorri ouvindo a voz da minha pequena e em seguida desliguei sabendo que tudo estava bem, que ela estava segura e que logo veria a mesma de novo.

Apenas um Traficante IIWhere stories live. Discover now