Capítulo Vinte e Seis.

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Lívia narrando:

Já estava perdendo minha consciência, passei minha mão sentindo o líquido pegajoso em meus dedos, ele havia me acertado na barriga.

─ Foi só de raspão, caralho ─ DR gritou em cima de mim puxando meus cabelos. ─ Acha mesmo que ia te apagar sem antes de dar uma surra bem dada?

Puxei ar e olhei ao redor, estávamos dentro de um carro, eu ainda sangrava muito enquanto DR estava ao meu lado todo suado. O carro estava em movimento e balançava muito apenas aumentando minha dor. Eu estava caminhando pra morte, mas estava mais preocupada com meu filho e com Luan, será que eles haviam o machucado?!

─ DR... ─ resmunguei tentando manter meus olhos abertos.

─ Cala a boca! ─ gritou. ─ Tu fodeu um pouco do meu plano, quando chegar em casa vou cortar tua língua e fazer tu engolir pra ver se é bom e se falar mais um pouquinho eu volto na Rocinha e degolo o merdinha do teu filho.

Me calei em imediato, sabia que ele era capaz, já vi Darlysson matando crianças inocentes e sabia que ele não mediria esforços pro meu já que era sangue de Luan.

Eu faria qualquer coisa pra proteger Luan e meu filho, eu daria minha vida por eles, e sabia bem que Maju cuidaria do meu loirinho com amor porque ela tinha um coração enorme e Kayke amava ela.

Minha cabeça continuou girando até chegarmos no local desejado. Fui puxada bruscamente da traseira do carro já levando chutes e socos que foram desferidos pelo meu primo, ele me chutava enquanto me xingava até entrarmos no barraco e eu me jogar no chão.

─ Tu é uma cadela! ─ ele tirou a pistola da cintura. ─ Se juntou com o inimigo então também é inimiga e tu sabe bem que pode ser do meu sangue mas vai morrer.

Senti o impacto da bala na minha perna em perfuração, ardia muito, naquele momento só conseguia pensar no meu filho e em tudo que já tinha passado. Comecei a chorar sentindo minha perna arder pela bala atirada ali.

─ Darlysson por favor, eu tenho um filho e ele precisa de mim ─ digo baixinho sentindo uma dor absurda.

─ Foda-se tu e ele, sou capaz de matar ele também.

─ Por que você é assim, Darlysson? ─ pergunto chorando. ─ Porque não consegue amar, não consegue sentir dó por ninguém? Eu sou sua prima e sua única família.

─ Eu não tenho coração.

─ Você não pode me matar...

─ Não tem nada me impedindo aqui ─ ele diz alisando a pistola, respiro fundo e deixo as lágrimas deslizarem pelo meu rosto, DR aponta a arma pra minha cabeça e entro em desespero.

─ Se você me matar e Luan ficar sabendo ele vai matar a Camile ─ digo entre lágrimas e soluços. DR se cala por alguns segundos mas logo gargalha com ironia.

─ Tô nem aí pra ela, é isso que eu quero Lívia, eu quero guerra, quero morte, quero sangue ─ ele diz diabolicamente e congelo.

─ Ela tá esperando um filho seu, Darlysson ─ digo sem pensar e vejo a expressão facial de DR mudar. ─ Ela está grávida de você e se você me matar o Luan vai matar ela e seu primeiro filho, você quer isso? Eu sei que você se importa com ela e ainda mais agora ela grávida...

─ Ela não pode estar grávida de mim, eu sempre me protegi e como ela é uma puta rodada é bem capaz de ter dado pra outros e engravidado.

─ Eu e você conhecemos ela ─ digo com a voz falha. ─ Camile nunca ficou com mais ninguém sem ser você, ela é uma boa menina Darlysson e não merece amar alguém como você, um monstro, e a criança que ela espera será um monstro igual você.

Apenas um Traficante IIOnde histórias criam vida. Descubra agora