Maju narrando:
Entro no quarto das crianças e vejo Luan em uma luta inacabável com a fralda descartável na qual Isack devia estar vestido. Observo atentamente o que ele faz e abro um sorriso indo até ele.
─ Amor, você tá colocando o lado de trás na frente ─ digo ajustando a fralda em Isack que não parava quieto. ─ Nem parece que você sabe trocar fraldas.
─ Mas eu sei, vida ─ ele diz indignado. ─ Acontece que essas fraldas de hoje em dia são complicadas demais e eu perdi a prática, não me lembro de ser tão difícil assim quando trocava as bombinhas de Gabriel.
─ Não é difícil, você só está enferrujado meu velhote ─ digo selando nossos lábios e pegando Isack de cima do berço.
Meus bebês já estavam com três meses e eram bem espertos, Isack é o mais agitado e já Ana Júlia mais calma e relaxada, Luan caducava com eles dois, conversava com os dois, dava banho, brincava, trocava as fraldas, dava comida e até acordava de noite pra colocar de volta pra dormir.
Isack e Ana Júlia eram idênticos à mim, em tudo mesmo, o cabelo, os olhos, a pele e claro que isso fez Luan ficar chateado porque ele queria ao menos o nariz igual o dele. Eu, Isack e Luan saímos no corredor e quase fomos derrubado por Lua que corria junto de umas amiguinhas da escola e mais Kayke, Luan sorri e descemos pra sala onde estava uma bagunça.
Hoje era dia de churrasco pra comemorar uma data muito especial: Luan ficava velho e entrava na casa dos trinta, era o aniversário e somente família foi convidada pro churrascão. Estava uma algazarra nossa casa, era Ana Luíza, nossos filhos e mais os amiguinhos deles, alguns amigos de Luan, Priscila, Carol, Gabriel, Henrique, Julieta e todo mundo da família ali.
Os moleques haviam montado uma mesa próxima da piscina lá no quintal onde havia cerveja e jogo de cartas, tinha muita carne e tocava uma música baixa no carro de Luan.
Estava todo mundo lá mas só faltava uma pessoa...
─ Luan? ─ escuto a voz grossa o chamando e me viro vendo DR, era somente ele que faltava.
─ Oi, DR! ─ vou até ele o abraçando e o mesmo beija minha bochecha mas não me abraça.
─ Fala aí, parceiro ─ Luan sorri entregando uma latinha de cerveja pra ele e o dando um abraço com uma batidinha nas costas.
─ Só vim dá uma passadinha mesmo, já tô indo embora ─ DR diz suspirando e olhando pra Isack que estava em meu colo. ─ Oi Isack, como tá?
Isack riu revelando sua banguela pro tio do mesmo, meu filho era bem sorridente assim como Neguinho, ria pra qualquer pessoa e pra qualquer coisa.
─ Demora mais um pouco, tá a galera toda aqui.
─ Só uns cinco minutinhos, tenho que ir pra casa.
─ Beleza!
Os dois saem em direção do pessoal enquanto fico observando os dois conversando, era tão linda a relação que eles haviam construído e mesmo DR nunca se descongelando eu gostava dele! Depois de um tempo rindo sozinha dos dois eu fui em direção deles mas fui barrada por Kayke e Lua.
─ Mamãe, quero sorvete ─ Kayke pediu fazendo biquinho.
─ Eu também, mamãe.
─ Peçam pra Julieta porque a mamãe tá ocupada agora com os irmãos de vocês.
─ Tá bom! ─ eles dizem em uníssono.
─ E se comportem!
─ Tá bom! ─ repetem e saem correndo pela casa, abro um sorriso maior e me aproximo da mesa entregando Isack pra Carol que o pedia. Carol era louca pelos gêmeos, principalmente por Isack e o mesmo amava ela.
─ Olha só Maju linda e poderosa, teve três filhos e continuou magrinha e gostosa ─ Priscila falava já meio bêbada e todos sorriam pela embolação dela. Essa Priscila não tinha jeito!
─ Criou até mais corpo porque antes era só osso ─ Luan disse e dei língua pra ele, o mesmo me puxou pro colo dele e me sentei o sentindo me abraçar.
─ Parece que alguém está ficando velho aqui, hein! ─ Gabriel disse sorrindo.
─ Trinta anos com a cara de dezoito ─ Luan diz e manda beijo no ar. ─ Só pra quem pode.
─ Convencido! ─ RL diz.
─ Isso é de família ─ comento me referindo à Gabriel que era bem pior.
─ Ih, querida ─ Gabriel diz imitando voz de viado. ─ Não tenho culpa de ser lindo e poderoso e sambar em todos!
─ Aí, posso te fazer uma pergunta, Gabriel? ─ RL se dirigiu pra Biel que sorriu como se já soubesse a resposta.
─ Gente, pelo o amor! Eu não sou viado! Só porque sou lindo, faço umas brincadeiras, tenho uma bunda enorme e divo não quer dizer que sou gay ─ ele diz sorrindo e todos gargalham.
─ Às vezes eu fico indignado ─ Luan começa. ─ Maju reclamou tanto que Lua era minha cópia e agora tem duas cópias dela, mano, podia pelo menos puxar meu nariz.
─ Qual o seu problema com o meu nariz? ─ pergunto zangada.
─ Nada, só que o meu é mais bonito ─ diz bebendo um gole de sua cerveja.
─ E quando acaba eu que sou o convencido né! ─ Gabriel diz e todos nós gargalhamos.
É, eu estava em família. Tinha meus filhos, tinha meu marido, dois cunhados que tinha como irmãos, amigas e amigos, eu tinha tudo que queria. Em pensar que no começo não tinha nada e agora tinha tudo. Mas é assim, ninguém constrói um castelo com muita coisa e sim tijolo por tijolo, por pequenas coisas temos uma grande coisa.
E minha vida foi assim...
Comecei com pequenas coisas para poder erguer minha fortaleza que por acaso era enorme. Eu espero que vocês tenham entendido e aprendido com minha história, hoje em dia nada anda fácil...
Mas quando se quer algo ninguém pode te impedir!
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Apenas um Traficante II
RomanceEla? Uma nova pessoa, uma mãe, uma guerreira, batalhadora. Ele? Um detendo, um homem querendo sua família de volta, e claro... um traficante. Após três anos preso Luan então percebeu o quanto sentia falta da família, percebeu que realmente a ferida...