Capítulo 6

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Capítulo revisado

Cheguei em casa, sem forças pra nada, toda minha energia parecia ter sido deixada pela caminho. Em especial hoje que foi um dia terrível pra mim, nunca me senti tão feliz em ver minha casa.

Para minha surpresa a porta não estava trancada, ou o Júlio tinha chegado mais cedo e isso era ótimo porque eu podia descontar o que ele tinha feito comigo, ou talvez minha mãe já estivesse em casa.

- Mãe? - falei assim que entrei, fechando a porta atrás de mim.

Como não ouvi resposta, subi as escadas indo até meu quarto, se algum estranho estivesse na casa, pelo menos eu poderia me esconder lá dentro.

Abri a porta, joguei a mochila no chão e levei um susto quando olhei para o lado do quarto onde fica a cama.

_ Carol!! - com um sorriso enorme no rosto, ela levanta e me abraça apertado.

Pauso nosso abraço pra vê-la mais de perto e ter certeza que era real. Carolina ainda parecia a mesma, só que agora esbanjava mais melanina ainda e estava mais leve do que quando a vi antes da viagem.

_ Você não tem ideia do quanto eu senti saudade - ela diz e se senta novamente na minha cama.

_ Eu também, cheguei a pensar que você tinha me abandonado pra morar com seus pais - tiro o tênis e coloco em um canto.

_ Exagerada - Carol joga uma almofada em mim - eu só passei dois meses, foi pouco pra matar a saudade da minha Bahia - ela suspira e eu devolvo a almofada.

Ouço o som de notificação vir do meu celular que está no bolso da calça, e ignoro a Carol distraída no celular enquanto falava sobre a viagem, para ver se a mensagem era ou não da operadora.

Está livre hoje? Podíamos começar a música.

Deixo um sorriso escapar pelo canto dos meus lábios, pela primeira vez eu tinha uma dupla que se preocupava em fazer o trabalho também, mesmo que por obrigação. O respondi dizendo para ele vir para minha casa.

_ Por que você está sorrindo com a mensagem da operadora? - Carol diz com os olhos cerrados.

_ Não era da operadora, foi só o Mateus, minha dupla do trabalho de Sociologia, nada demais - coloco o celular no bolsa antes que ela queira ler todas as conversas para ter certeza de que não é nada demais.

_ Espera aí, Mateus? Aquele Mateus? - confirmo que sim com a cabeça - O metido, arrogante?

_ Sim e não, na verdade ele não é mais assim, pelo menos quando os amigos não estão por perto.

_ Isso me lembrou um colega que eu tive no ensino médio. O Erick era ótimo, exceto quando queria ser o centro das atenções. Como será que ele está hoje? Vou stalkear - rio do seu interesse repentino e vou até o banheiro.

Carol se levanta indo em direção a porta, ainda investigando o tal Erick.

_ Como conseguiu entrar aqui, se não tinha ninguém em casa? - grito antes que ela saia e não possa me ouvir.

_ Eu tenho uma cópia, esqueceu? - ela levanta as chaves e sacode, atravessando a porta em seguida.

Tomo um banho rápido e quando desço as escadas encontro a Carol preparando algo na cozinha, ainda bem, porque se dependesse de mim a gente teria que comer qualquer coisa que encontrasse no armário.

_ Fiz uma audição hoje, pra vocalista da banda da escola - digo enquanto almoçamos, e a Carol quase engasga.

_ Sério? Você cantou na frente de todo mundo? - ela parecia mais empolgada do que eu mesma com a ideia.

Eu definitivamente não gosto de vocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora