Eu definitivamente não gosto de você

Capítulo 15

Tarde de sexta-feira e eu atolada de tédio no meu quarto. A falta do que fazer me fez pensar se o Mateus pensa que agora somos íntimos só por eu ter ajudado ele.

Para parar de pensar nessas coisas decidi sair pra dar um rolê de skate e pegar um livro, até porque ficar quase uma semana sem nada novo pra ler é estressante.

Avisei a minha mãe que sairia e fui rumo ao paraíso, uma biblioteca. Peguei meu skate e poucos minutos depois eu cheguei.

Em meio a milhares de livros escolhi três, uma aventura, um suspense e um romance.

Na saída da biblioteca, fui de skate até a praça, passando direto pela parte mais movimentada, saí em direção ao local que jugo ser secreto, atrás das árvores onde costumo ler, que agora não parecia mais tão secreto assim.

Ao entrar percebi a presença de uma bicicleta, sinal de que tinha alguém ali. Olhei para o lado e vi um garoto aparentemente bonito, sentado de costas, escrevendo algo em uma folha e papel.

- Boa tarde, com licença - disse para que ele notasse a minha presença, e quando se virou imediatamente me arrependi de te-lo achado bonito.

- Não sabia que tinha bons modos - o Mateus diz sorrindo de lado.

- Acabei de perde-los - digo sentando de costas para ele, pegando um dos livros da minha bolsa.

- Que você estava com saudades de mim eu sabia, só não imaginei que me encontraria aqui, para mim esse era meu lugar secreto - ele diz ainda sorrindo e se sentando ao meu lado.

- Se você tem amor a sua vida, por favor cala a boca, eu não vim aqui porque estava com saudades de você, eu queria te esquecer, e esse não é seu lugar secreto é meu - digo brava.

- Espera aí, você disse que queria me esquecer? - ele continua sorrindo

- Não, não é isso, é que... - tento me explicar mas ele continua rindo.

- Então quer dizer que a senhorita estressadinha, estava pensando em mim - ele começa a gargalhar.

- Mateus, eu não estava pensando em você, só fiquei com medo de que você pensasse que depois do que aconteceu hoje a gente tinha se tornado amigo - falo e ele finalmente me escuta.

- Não somos amigos? - ele pergunta sem aquele sorriso irritante no rosto.

- Não somos, eu nem gosto de você - digo na defensiva.

Ele apenas guarda todas as suas coisas e se levanta, como se fosse sair e eu vou atrás e o puxo pelo braço.

- Por que? - ele pergunta.

- Desculpa Mateus, mas eu só quero que entenda, aquilo que aconteceu hoje de manhã não nos torna amigos, eu só queria me vingar da Larissa por tudo o que ela fez, na verdade a gente tinha que se separar desde o fim daquele trabalho.

- Amora, não precisa ser assim

- A gente já conversou sobre isso antes, é melhor você voltar a viver sua vida como se não me conhecesse.

- Parece que a gente está terminando um namoro de tão tenso, mas se você quer assim, por mim tudo bem, foi bom te conhecer. Obrigado por tudo, espero um dia poder te retribuir, estou te devendo uma.

- Apesar de você ser muito chato, foi bom te conhecer também, nunca imaginei que conheceria um popular tão legal quanto você

- Tchau frutinha - ele diz sorrindo

- Tchau Mateus - falo e ele saí com sua bicicleta e uma mochila nas costas.

Me sento no chão e começo a ler um dos meus livros. Um tempo depois vejo um papel, que parecia ser o que o Mateus escrevia quando eu cheguei.