Capítulo 24

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- Então quer dizer que o Marcos te beijou? - Mateus diz tomando mais um pouco do seu milk shake.

- Sim, mas eu não deixei por muito tempo - digo e olho ao redor da sorveteria que estávamos - O que foi? - pergunto ao Mateus que está furioso e apertando o copo do milk shake que a qualquer momento pode estourar.

- Ele não podia ter te beijado, eu sou seu namorado - ele bate o copo na mesa e praticamente grita.

- Calma Mateus, eu sei que eu fui errada e que no nosso acordo isso não era permitido, mas eu sei que o Marcos não vai contar isso pra ninguém, então não se preocupe com a sua reputação.

- Amora, você sabe quantas garotas eu tive que dispensar por causa do nosso namoro? Foram muitas - ele diz tentando elevar seu ego e me fazer ciúmes. Eu olho para ele incrédula - Está bem, foram algumas. Duas, talvez. Mas isso não vem ao caso,você não deveria ter feito isso.

- Tá bom, eu entendo. E se você quiser terminar eu vou aceitar completamente - sorrio sarcasticamente.

- Não - ele grita - Quer dizer, eu acho melhor não, nem todo mundo aceitou ainda essa ideia de namoro, eu acho que a gente tem que prolongar por mais um tempo, só por garantia. Dessa vez passa, mas eu nunca mais quero saber de você beijando o Marcos - ele diz como se fosse meu pai.

- Sim senhor pai - digo rindo.

Confesso que pra mim esse história de namorar o Mateus seria bem pior do que está sendo. Quando tudo isso acabar eu vou sentir falta de não ser mais a invisível, eu vou sentir falta de fingir que existe alguém que se importa comigo.

- O que foi? - pergunto ao Mateus que está me olhando estranho.

- Nada - ele sorri de lado e se senta perto de mim ainda me olhando estranho.

- Mateus, eu já te falei que não adianta o quanto você flerte comigo eu não... - sem nem me esperar terminar de falar, Mateus segura meu rosto com uma mão e me abraça pela cintura com a outra e em seguida me beija.

- E agora? Se apaixonou? - ele me olha convencido.

- Eu só tenho duas coisas pra te falar. Primeiro, você não é um príncipe. E segundo, a mesma boca que você acabou de beijar, beijou o Marcos a alguns minutos atrás - falo e ele faz uma cara de nojo.

- Eca, Amora!! - ele praticamente grita e coloca a língua pra fora. Eu começo a gargalhar sem parar do desespero desnecessário dele.

Saímos da sorveteria e vamos até a praça, mas especificamente ao "nosso lugar secreto".

- O que você estava fazendo no corredor da escola? - junto coragem e pergunto ao Mateus o que eu já tinha vontade de saber desde que tinha me batido com ele.

- Eu fui te ver - ele diz sorrindo de lado - quer dizer, eu fui porque o Marcos tinha falado que eu podia ir e eu não ia deixar a namorada do Mateus Soares sozinha com ele - ele diz e nos sentamos no chão em meio as folhas e galhos.

- Mas você chegou um pouco tarde não é?  - falo e ele passa o braço ao redor do meu ombro me puxando para mais perto e eu o lanço um olhar de reprovação - Você sabe que não precisa fazer isso aqui, nos não estamos em público - me afasto novamente.

- Desculpa. Eu esqueci - ele diz sério e um pouco abatido.

Um silêncio constrangedor se forma entre nós até que eu decido falar:

- Está vendo aquela árvore ali? - aponto para uma árvore não muito longe de nós e o Mateus assente - É uma amoreira, foi ali que meus pais se conheceram.

- Nossa, que legal - Mateus diz como se quisesse que eu continuasse a falar.

- Eles amam essa fruta e por isso me deram esse nome idiota - rio sarcasticamente.

Eu definitivamente não gosto de vocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora