Depois do Fim | Negan | LIVRO UM

Capítulo 7

Acordo e estou sozinha na cama. Me sento e vejo Jax de costas, olhando pela janela.

- Que horas são? - pergunto com voz de sono, vendo que ainda estava escuro lá fora. Ele se vira e olha para mim.

- Ainda é cedo. Volte a dormir - ele fala, mas eu visto sua camisa e caminho até ele.

Quando estou quase chegando, ele abre os braços. Ele me abraça e beija minha testa, aconchegando meu corpo ao seu.

- Nós descobrimos outra comunidade ontem, chamada Hilltop - ele fala depois de um tempo, e eu levanto a cabeça para olha-lo - Um cara do grupo deles chamado Jesus tentou negociar com a gente, trocar comida por armas.

Eu sabia que Alexandria tinha muitas armas, Maggie me contou que quando tudo isso começou, aqui se tornou uma zona de proteção criada pelos militares. A ex-líder, Deanna, havia deixado o controle do lugar para Rick antes de morrer.

- Pode confiar neles?

- Nós estávamos lá hoje, Rick, Daryl, Maggie e Glenn. Eles têm muitas pessoas, mais que o triplo daqui. O lugar é enorme, eles têm muito para oferecer.

Mesmo isso sendo uma boa notícia, ele não parecia animado.

- E por que o rosto preocupado?

- Eles estão em conflito com um outro grupo e nós oferecemos ajuda em troca de suprimentos. Por isso chegamos com tanta comida.

- Então não foi só sorte como o Spencer disse - eu concluo. Foi muito estranho mesmo eles terem voltado com tanto em um só dia, mas quem iria reclamar?

- Definitivamente não.

- Porque você não confia nele?

- Desde viemos para cá, ele questiona todas as decisões do Rick. Esse lugar... Eles sobreviveram por sorte de ter esses muros. Eles não sabem lutar, não sabem se virar lá fora como nós, porque eles nunca precisaram viver lá. A própria mãe não confiou em deixar Alexandria nas mãos dele, e ele não se conformou com isso ainda.

- Quero tipo de ajuda vocês vão dar? - eu finalmente pergunto, mesmo sabendo a resposta.

- Exatamente o que você está pensando.

- É preciso mesmo matar eles? - eu pergunto num tom baixo. Jax coça a barba, e eu vejo que é com isso que ele está incomodado.

- Eles são um grupo violento. Quando nós estávamos lá ontem, eles enviaram um cara para matar o líder porque acharam que os suprimentos enviados não eram suficientes. Não tem como dialogar com esse tipo de gente, Emma.

Ele tem razão. Eu já vi tanta coisa ruim lá fora, coisas que jamais pensei que alguém fosse capaz de fazer.

Algumas pessoas simplesmente se entregaram ao caos de corpo e alma e não há nada que se possa fazer para muda-las.

- É quando isso vai acontecer?

- Hoje à noite. Temos mais sorte se pegarmos eles dormindo - ele fala e eu engulo seco. Pode passar o tempo que for, a ideia de matar ainda é incômoda para mim.

- Ei, relaxa. Nós já passamos por coisas piores. Vai dar tudo certo - ele passa as mãos nos meus braços, pra cima e para baixo.

- Eu só não quero perder mais ninguém. Não quero que se machuque. Nenhum de vocês.

Não importa se eu estava com eles a pouco tempo, assim como eu eles já passaram por tanto, eram pessoas tão boas.

- Não vou me machucar. E quando eu voltar, vou ensinar você a atirar. Sei que você sabe se defender, mas atirar é importante. Tem coisas que facas não dão conta - eu concordo e descanso a cabeça no seu peito.