Depois do Fim | Negan | LIVRO UM

Capítulo 29

Negan

Eu não sentia nada. Nem medo, nem tristeza, nem felicidade. Eu só estava aqui. Até ela aparecer.

A primeira vez que as mãos dela tocaram em mim foi para me dar um tapa. Porra, olhando ela assim, doce e inocente, ninguém imagina como ela é durona. Depois disso, ela apontou uma arma para mim.

Desde quando eu coloquei os olhos nela eu sabia que seria minha. Ai ela abriu a boca, me enfrenando, me desobedecendo, e isso me motivou mais ainda. Se fosse qualquer outro fodido que ousasse levantar a voz para mim, não estaria vivo no minuto seguinte. Mas desde o primeiro momento, a única coisa que eu pensei foi em cuidar dela.

Quando falaram que ela havia saído com Bellamy, a possibilidade de perde-la ou dela se machucar me assustou. Foi ai que eu percebi que não conseguia ficar sem ela. Jurei que se algo acontecesse, eu esmagaria a cabeça dele. Ainda estou tentando me controlar para não fazer isso. Eu preciso dele, e ele não descumpriu nenhuma regra. Ainda.

Tudo o que eu disse para ela aquele dia no escritório, caralho, eu me arrependo até a última palavra. Ela não merecia isso, nunca mereceu. Eu não sabia como lidar com o que eu estava sentindo, eu não conseguia explicar para mim mesmo como eu estava louco por uma mulher em tão pouco tempo, principalmente uma que não ficava aos meus pés.

Ao contrário de outras mulheres, ela não tenta me enrolar para conseguir algo de graça. Trabalhar para o sistema de pontos não é fácil, inferno, mas ela nunca reclama.

Fiquei sabendo pela Lauren que ela tinha ido para fora do Santuário. Quando eu perguntei sobre Emma, vi que ela não sabia de nada sobre nós. Emma não contou nada para ela sobre estar comigo. Elas eram amigas ou qualquer merda dessa, mas mesmo assim ela não disse nada.

Isso me deixava mais louco ainda. Ela não contava pra ninguém o que acontecia com a gente. Ela poderia querer tirar vantagem ou qualquer merda normal de se fazer hoje em dia quando se tem oportunidade, mas ela não fazia. Ela queria esconder de todos.

- Não, não era mentira. Querida... - eu não sabia como continuar isso, e a cara de frustração dela foi como um chute nas bolas.

- Vou ser castigada? Punida? Porque se não for esse o assunto, eu estou indo embora - ela pergunta, erguendo a cabeça e me encarando. Era isso que eu amava nela. Ela nunca abaixava a cabeça.

- Não vou fazer nada com você, para com essa merda - eu digo mais alto, e ela dá um passo para trás, batendo contra a parede.

- Porque vai machucar ele então, se foi eu quem quis ir? - ela está me olhando com aquele mesmo olhar de quando ela defendeu aquele outro filho da puta. Eu não sei se fico irritado por ela ser boa assim e querer defender as pessoas ou feliz por ela ainda ter um coração.

- Você transou com ele? - eu apoio uma mão na parede ao lado de sua cabeça. Eu sabia que não tinha acontecido, não por falta de vontade, porque qualquer um daria um braço por ela, mas seu olhar não mentia nunca.

E se tivesse acontecido, inferno, a culpa era minha, foi eu quem a afastei. Mesmo sabendo que eu quem fui o filho da puta da história, a ideia de outro homem tocando nela me deixa louco. Ela é minha.

- Não - ela responde sem emoção nenhuma na voz - Porque você se importa? - ela me olha com aqueles olhos perdidos e isso me desarma. Eu seguro sua cabeça, enterrando os dedos no seu cabelo molhado.

- Eu não suporto pensar em outro homem tocando você. Você entende? Porra, eu preciso que você entenda, Emma.

- Não, eu não entendo. Você está acabando comigo - ela apoia a cabeça na parede, fechando olhos. Eu não queria mais desgastar ela, porra, eu só queria ela feliz. Comigo.