Capítulo 6

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Bernardo

-Aiii caralho!

Gemi com a terrível dor que insistia em martelar em minha cabeça, tudo, claro, era devido a ressaca pela bebedeira de ontem. Apesar de não me lembrar de muita coisa da noite passada, me lembrava que tinha passado de todos os limites bebendo tudo que eu poderia beber. Ao abrir os olhos, percebi que não estava na minha cama e muito menos na minha casa. Passei os olhos ao redor pra encontrar alguma pista de onde estava, e me deparei com um estranho jogado ao meu lado na cama. Me parecia estar desmaiado, mas eu sabia que era só o efeito da ressaca, ele tinha bebido tanto quanto eu. A vergonha me invadiu por completo, o que eu estava fazendo na cama de um homem que não fazia nem 24 hrs que tinha conhecido? Levantei-me devagar, tomando muito cuidado para não acordá-lo, a fim de pegar minhas roupas no chão e ir embora, não iria suportar ter que olhar pra cara dele sabendo de tudo que provavelmente nós tínhamos feito. Mas algo estava errado, eu já estava com as roupas da noite anterior vestidas em meu corpo. Será que depois de transarmos loucamente eu tive forças pra me vestir? Ou será que ele tinha feito isso por mim? A vergonha me consumia por não me lembrar de nada. E o fato de eu não me lembrar de nada do que tinha acontecido na noite anterior me deixava angustiado.

Nathan! Esse era o nome do estranho! Consegui me lembrar, mas isso não fez com que eu me sentisse melhor.

Passei minutos a fio assim, olhando pro nada e esperando que viesse uma luz e clareasse minha cabeça sobre a noite passada. Do meu lado Nathan começou a se levantar e eu vi que era tarde demais pra fugir. Me virei pra ele que estava me olhando com um enorme sorriso no rosto. Meu Deus, o que eu fiz pra esse homem estar sorrindo desse jeito?

-Bernardo! Que jeito gostoso de acordar. – Ele falou alisando minhas costas.

-Oi – Falei totalmente sem graça.

-O que foi? – Ele percebeu e me perguntou sem entender.

-Nada não. Só estou me odiando por dentro. Mesmo depois de falar que não ia transar contigo, eu vim pra sua casa e fiz isso. Mas fica tranqüilo que o problema não é por algo que você tenha feito não, apesar de não lembrar nada, eu sei que deve ter sido uma noite e tanto. – falei envergonhado, decepcionado e derrotado.

-Você acha que a gente transou? – Ele perguntou sorrindo.

-Não transamos? O que aconteceu então pra eu estar acordando do seu lado na cama depois de uma noite de bebedeira?

-Bom...

Ele se levantou pra me olhar melhor. Estava sem camisa e exibia seu peitoral forte. Nathan era o tipo de cara nem magro e muito menos gordo. Ali na claridade eu podia o ver melhor, nitidamente ele cuidava de seu corpo, mas também não era nada exagerado, os pêlos que possuía evidenciava isso. Lembrei que ele ia explicar o que tinha acontecido na noite anterior enquanto eu estava babando em seu corpo.

-Pegamos um taxi e eu tive a idéia de bebermos mais alguma coisa aqui em casa. Você ficou tão bêbado que eu te proibi de sair daqui com medo que acontecesse algo. Você ficou nervoso por eu querer te manter preso e veio pro meu quarto alegando que iria pular a janela e ir embora. – Ele pra sorrir com a lembrança – Quando eu cheguei aqui, você estava largado dormindo na minha cama.

-Sério que foi só isso?

Eu mal conseguia esconder meu estado de euforia ao ouvir seu relato da noite passada.

-Sério, pode ficar tranqüilo que eu não te abusei enquanto dormia. O que eu fiz foi me deitar do seu lado e nos cobrir. Não me culpe por isso, me dói as costas quando durmo no sofá.

-Mas a gente...? – Não terminei.

-Não teve beijo, não teve amasso. O máximo que pode ter acontecido foi nós nos esbarrarmos enquanto dormíamos. Eu sou um cara descente! – Ele esclareceu.

Quando o Amor Prevalece - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora