Capítulo 16

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Bernardo

-É agora que ele morre.

Falou-me Nathan. Estávamos assistindo um filme que ele havia trazido e que garantia ser muito bom, tinha ficado chocado quando lhe falei que ainda não conhecia e me confessou que já tinha assistido mais de dez vezes. Olhava pra ele e não conseguia não dar risada de sua cara de concentrado, afinal, nada ali era novidade. Eu não precisava nem assistir o filme, ele sempre fazia comentários pra me deixar por dentro de tudo. Ele era um rei dos spoilers. Agradeci muito a ele por estar ali comigo numa noite de sábado onde eu não tinha nada pra fazer, e sem nenhuma vontade de sair. Ele havia largado tudo, sua boate em outras mãos, só pra me fazer companhia. Victor depois de combinarmos que iríamos passar o fim de semana juntos, tinha me ligado pra informar que teria um jantar de negócios com o chefe na casa de um dos patrocinadores do seu projeto, e que não poderia ir pra minha casa. Por mais que eu odiasse fazer comparações, não consegui deixar de pensar que Nathan havia largado seus negócios de lado só pra estar ao meu lado, e isso porque nem estávamos juntos. O que ele faria se namorássemos?

Me levantei com a desculpa que iria fazer mais pipoca e fui pra cozinha. Encostei-me ao balcão enquanto ouvia os estalos anunciar que a pipoca estava sendo feita. Da sala eu podia ouvir os risos do Nathan misturado aos sons de tiros que vinha da televisão, como alguém pode se divertir com isso? Ri com essa idéia. Nos últimos dias ele vinha sendo uma ótima companhia pro meu solitário namoro. O Victor vivia brincando de ser o fantoche do chefe e por muitas vezes desmarcava coisas que tínhamos marcado á bastante tempo para servi-lo. Era nesses momentos que sentia sozinho, que eu ligava pro Nathan e ele prontamente me sugeria algo que pudéssemos fazer juntos. Ás vezes pensava se era certo ou não ficar fazendo ele de estepe e brincar com os sentimentos de alguém, mas eu gostava tanto da sua companhia que simplesmente não conseguia parar.

Tirei a pipoca do microondas e voltei com um pacote novinho para que pudéssemos devorar. Sentei-me ao lado do Nathan no chão e ficamos assistindo o filme com ele sempre me dando informações que não pedi. Por um segundo, ou até mais que isso, eu me imaginei tendo algo de fato com o Nathan. Ele era legal, bonito, bem humorado e acima de tudo, me fazia bem. Apesar de todas essas qualidades, eu sentia que alguma coisa ainda faltava, e claro, eu sabia o que era. Senti raiva de mim mesmo por isso. O filme acabou e ele se virou pra me olhar com um sorriso no rosto, eu já estava olhando pra ele fazia uns dez minutos e refletia sobre mais algumas coisas.

-O que foi?

Ele perguntou se aproximando mais de mim. A proximidade com o corpo dele fez com que eu começasse a me sentir desconfortável, não poderia ignorar o fato de que Nathan era um grande e belo homem.

-Porque mesmo sabendo que eu estou com o Victor você continua aqui? – Perguntei

-Você quer que eu me afaste?

-Não. Não me leve a mal, mas qualquer um que estivesse a fim de pegar outro alguém, desencanaria assim que soubesse que essa pessoa está namorando.

-Acima de tudo você é meu amigo, já te falei. Mas eu sei que esse relacionamento está com os dias contados se ele não mudar as atitudes. Lembra quando eu te disse que iria te cercar até quando você me mandasse embora? Então é isso que eu estou fazendo. E sabe porque você ainda não fez esse pedido? Porque você gosta disso aqui que estamos tendo.

Ele pousou suas mãos em meu rosto e se aproximou mais ainda. Eu já podia sentir sua respiração em meu rosto, pensei em afastá-lo, mas quando iria fazer isso, percebi que não queria fazer. Somente fechei os olhos, dando a ele a confirmação que ele queria. É, eu estava gostando de ser dominado por aquele homem. Em poucos segundos senti seus lábios pressionarem os meus, e a se mover lentamente, o puxei pra mais perto e o beijei violentamente, minha raiva por estar me deixando levar pelos instintos estava toda presente naquele beijo. Ele estava certo, eu gostava de sua companhia, seu papo e sobre tudo dele. Não chegava a ser amor, longe disso, o que eu sentia por ele era uma atração física, que a partir daquele beijo, eu tinha decidido parar de fingir.

Quando o Amor Prevalece - LIVRO 2Where stories live. Discover now