Capítulo 17 - Especial Nathan

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Nathan

-Cacete Dani! Eu juro que vou te matar!

-Eu não tenho culpa Nathan. Eu.. eu não sabia o que fazer naquela hora.

Bufei e dei as costas pra ele antes que eu ficasse tentado a dar um murro naquela sua cara de rato. Incompetente! Eu havia dito a ele que só me ligasse em caso de vida ou morte na gerência da boate, mas ao que parece ele não tinha me entendido direito e eu estava ali por causa de uma simples briga de bêbados sem o que fazer. Inacreditável. Quando você quer que algo seja bem feito, certifique-se você mesmo de fazer. Acabei com aquela palhaçada, mandei os bebuns embora e ofereci uma rodada de cerveja de graça pra todo mundo que ainda estava ali como forma de desculpa, isso me custaria alguma grana, mas o mais importante eu já tinha perdido mesmo.

Indo pra minha sala no andar de cima da boate, eu ainda podia sentir meu pau duro pela minha pegação com o gostosinho do Bernardo em sua sala, droga, era inconcebível a idéia de que eu tinha deixado de aproveitar minha primeira chance real com ele por causa de um idiota. Logo agora que eu havia conseguido dar passos gigantescos em relação a pedra de gelo que ele sempre colocava em minha investidas, parei pra pensar e fiquei ainda mais puto de raiva com meu assistente. Fazer com que o Bernardo cedesse a mim estava me saindo uma tarefa bem mais difícil, mas bem mais interessante do que eu achei que seria, ele era duro na queda, apaixonado por um imbecil e difícil de se levar na conversa ou com bebidas. Tão diferente dos outros com quem eu estava acostumado a sair. Talvez por isso ele tenha ativado algo similar ao que um caçador sente quando está a procura de sua presa. O jogo difícil me excitava mais do que o próprio prazer de transar.

Quando o encontrei ali mesmo na boate, bebendo sozinho e parecendo infeliz, eu soube imediatamente que o queria, aquela voz, aquele seu jeito e a forma como me olhava com indiferença, só fez com que eu ficasse ainda mais vidrado e fascinado para tê-lo como um de meus subordinados sexuais. Tentei uma conversa, mas logo notei que seria difícil assim logo de cara, por isso, ativei minha segunda tática de conquista, fazer amizade, dar corda e deixar o outro lado o mais confortável possível. É claro que eu me tornei verdadeiramente amigo dele depois, ele era um cara muito inteligente, divertido e sua companhia era agradável. Mas confesso que imaginá-lo ofegante em minha cama, ou em qualquer lugar habitável, ainda me tirava umas noites de sono e cuecas e lençóis melados. E eu até tive algumas chances disso acontecer anteriormente, como quando ele encontrou o ex naquele evento, mas eram chances que não iam me trazer nenhum mérito, nenhum pontinho pela conquista e nenhum troféu de pegador. Eu queria levá-lo pra cama sim, mas acima de tudo eu queria que ele quisesse estar na cama comigo. Se não fosse assim, não teria graça.

Calma Nathan. Era tudo que eu me falava quando, vez ou outra, aparecia alguém como ele no meu caminho. Eu só precisava de umas palavras bonitinhas, paciência e me fazer presente a todo momento pra ter tudo eu queria, já tinha funcionado das outras vezes. Confirmei estar certo quando ele começou a ceder do jeito certo e ele mesmo procurar por mim antes de qualquer coisa. Sorri ao pensar que além de anotar mais um pontinho no meu caderno de conquistas difíceis, eu o faria se libertar daquele imbecil que ao me ver só atrasava sua vida, pois é, aquele jogo começava a ficar mais interessante e eu me animava cada vez mais com as possibilidades.

Como sempre, eu ainda conseguiria obter êxito em tudo aquilo uma hora ou outra, mas hoje, eu só precisava aliviar aquilo preso no meio das minhas calças e relaxar depois de ter sido interrompido, por isso desci novamente pra boate a procurei por Daniel:

-Dani – Chamei sua atenção quando ele olhava pros lados repetidas vezes em busca de algo errado. –Minha casa hoje.

...

"Nathan, a gente pode se encontrar?"

Bernardo havia me ligado há uma hora atrás, pedindo pra conversar comigo depois daquela noite em sua casa. Eu meio que já imaginava o que viria, mas não deixei de ficar decepcionado quando ele chegou e começou a falar:

-Nathan... Aquilo nem era pra ter começado a acontecer, desculpa, eu não quero ficar brincando com seus sentimentos, e outra, eu amo o Victor, nós estamos tentando ficar juntos e isso não vai mudar. O que aconteceu foi um momento meu de frustração, carência e tesão.

Ele disse, todo cheio de cuidados e tentando fazer com que eu não me magoasse. Essa era uma das qualidades que eu admirava nele, ele estava sempre preocupado com os sentimentos dos outros e procurando fazer de tudo pra que as pessoas ao seu redor não fossem atingidas de uma maneira ruim por suas decisões.

-Tudo bem, Bernardo, eu já disse que entendo toda a situação. Nos deixamos levar pelo momento, mas tá tudo bem e já passou. Você sabe que, quando você quiser ou precisar, eu vou estar aqui contigo, né.

Compreensível como sempre, eu respondi​ e assegurei de que estava tudo bem. E até que estava mesmo, não era exatamente o fim do mundo e muito menos queria dizer o fim das minhas investidas. Ele ainda se tornaria um dos meus amigos coloridos que eu prezava tanto em cultivar, assim como o Dani, assim como o Yuri, assim como o Matheus...

-Você é um amigão e tanto.

Ele me falou, abrindo um sorriso que eu gostava de ver e quase me fazendo crer naquelas suas palavras. Mas minha intenção era outra e eu ainda iria conseguir.

*****
Olha o Sr. Perfeitão aí, pronto pra casar, né nom?
Ah, sobre a situação de Bernardo e Victor... No próximo capítulo! ❤

Quando o Amor Prevalece - LIVRO 2Where stories live. Discover now