Capítulo 21 - PARTE II

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Bernardo

- O que vocês acham de uma boate gay? - Larissa nos perguntou.

-Não - Respondemos juntos.

-Qual é o problema?

Victor dirigia pelas ruas da cidade, enquanto nós ainda decidíamos pra onde iríamos, ela a todo custo tentava nos induzir a fazer o que ela queria, talvez comigo funcionasse, mas com o irmão era bem diferente.

-Sem chance Larissa, nem adianta. Não faz muito meu tipo ir nesses lugares, é tão cheio de gente.

-Mas você nunca foi a um? Que tipo de gays vocês são? Se continuarem se escondendo e não freqüentando esses locais, não vão receber a carteirinha. - Ela respondeu inconformada.

-Que carteirinha? - Perguntei.

-De gay honorário. Aquela que dá o direito de exercer o poder de gay em paz.

O Victor se virou por um instante pra ela, e eu sabia que já viria um daqueles seus olhares fuziladores, enquanto eu me acabava de dar risada até minha barriga doer.

-Precisamos dessa carteirinha, Victor. - Falei em meio aos risos.

-Calem a boca!

Cortados por ele e proibidos de dar mais uma palavra, ele seguiu com o carro na direção que ele bem quis até eu perceber que estávamos chegando em frente a um dos barzinhos que sempre freqüentávamos. O local estava mais cheio que costuma ser, tão cheio que demoramos pra finalmente conseguirmos nos locomover na multidão e entrar. Finalmente achamos uma mesa bem no fundo, perto de um grupo de rapazes que já bebiam suas cervejas e isso pareceu agradar bastante a Larissa:

-Uaaaal, quantos gatinhos! Quem sabe eu não consiga algo ali.

-Sossega Larissa, pelo amor de Deus, sossega.

Victor determinou com um humor não muito agradável. Nos sentamos e logo fizemos nossos pedidos, notei que o grupo de rapazes também nos olhavam bastante, de inicio até achei que pudesse ser pelo fato de estarmos com uma das meninas mais bonitas dali, mas aquilo já estava ficando estranho. Em uma das olhadas disfarçadas, tive a leve impressão de que conhecia um dos caras que estava entre o grupo, mas logo tirei da minha cabeça, pois a conversa na nossa mesa exigia minha atenção.

-Quais são os planos pro futuro agora, Victor?

Nos olhamos com a pergunta da larissa e sorrimos um pro outro ao mesmo tempo, eu sabia a resposta e acho que ele também sabia: Ficarmos juntos. Esse era nosso plano pro futuro de imediato. Não sabíamos o que ia acontecer daqui pra frente, mas o nosso plano era sempre ficarmos juntos. Mas foi ele quem deu uma explicação a irmã.

-Não sei... a gente tá vivendo juntos agora, e sinceramente tá bom do jeito que tá.

-Só isso? Vocês são muito sem graças. Já tinha até reservado um mega vestido... sabe... caso eu precisasse ser madrinha de algo. A minha pequena floricultura também parece que tá dando certo, eu poderia facilmente ceder alguns arranjos bonitos pra quem sabe uma cerimônia... Mas aparentemente não vai acontecer. Sabe... o Victor vive ficando noivo, mas nunca se casa, achei que com você, Bernardo, ele fosse realmente cumprir isso.

-Como assim vive ficando noivo? Com a Karina não foi a primeira?

Perguntei sem entender nada e olhando pra ele, que tinha um sorriso amarelo no rosto, eu conhecia aquele sorriso, culpa e vergonha se misturava ali. Embora eu tenha feito a pergunta a ele, foi sua irmã que respondeu:

-Ah! Ele não te contou!? Ele já ficou noivo uma vez quando adolescente, portanto essa com a Karina foi a segunda vez que ele promete casamento e não cumpre. Lembro como se fosse hoje... um dia ele chegou da escola e disse pra minha mãe que tinha ficado noivo, e assim que terminasse o ensino médio iria se casar, pois estava apaixonado pela namoradinha. Minha mãe quase infartou.

Quando o Amor Prevalece - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora