Alto, poderoso e lindo como sempre, Samos Stilakos estava de pé, próximo da janela, olhando para fora. Ao som da porta se fechando, ele se virou. Os olhares se encontraram independentemente de tempo e espaço, e ela sentiu uma tontura, como se não houvesse ar na sala.
Samos Stilakos andou, gesticulando em direção a uma cadeira, e ela percebeu que havia prendido a respiração.
Ele sentou na cadeira em frente. Murmurou algumas palavras de cumprimento e a observou por um longo minuto com olhos calmos e impenetráveis.
Depois de uma eternidade, ele disse suavemente:
— Você tem um queixo interessante, Eleanor. Ela corou.
— É mesmo? — disse ela, lutando para não se incomodar com o estranho comentário que não cabia em uma entrevista de emprego. — Não reparei.
O que ele queria dizer? Seria uma crítica ou um elogio? Um queixo podia ser interessante?
Ele abriu o currículo dela e se dedicou à tarefa de interrogá-la. Ela conseguiu responder às perguntas com calma e simpatia, e mal percebeu as mãos que folheavam seu arquivo pessoal.
Apenas uma vez ela percebeu o desejo que podia sentir por ele se permitisse se envolver. Foi durante as perguntas dele sobre seu papel no comitê de eventos sociais.
— Preciso que minha secretária seja flexível e que não tenha medo de mostrar iniciativa. E você deve saber, caso seja escolhida, que não terá tempo para organizar as festas dos funcionários. Mas no futuro não haverá tantas para distraí-la.
Ela assentiu. Os severos cortes nas diversões e nos pequenos luxos do dia-a-dia eram motivo de rancor entre os funcionários.
Naquele momento, Samos Stilakos mudou ligeiramente de posição. Ela viu a perna da calça subir e exibir uma meia preta. Acima da meia, a imaginação dela viu uma perna musculosa e seguiu em frente para remontar a imagem tentadora da masculinidade que ela lembrava com clareza.
Sem aviso algum, um calor tomou conta de seu corpo. As axilas e as palmas das mãos ficaram úmidas, e ela sentiu as orelhas e outras partes mais sensíveis ficarem quentes.
— Está com calor, Eleanor? — A voz educada interrompeu o ardor das lembranças. — Quer um pouco d'água?
Ela corou ainda mais.
— Não, obrigada.
— Por favor — disse ele, inclinando-se para a frente com um brilho nos olhos —, fique à vontade para tirar o paletó.
Ela resistiu à proposta e conseguiu seguir com a entrevista sem tirar nenhuma peça de roupa e evitar qualquer menção ao baile de máscaras.
Não sabia bem por quê, mas um dia depois conseguiu o emprego.
Estava em uma corda bamba, mas não do modo como Beth previra. Apesar de Sam ser cortês e profissional o tempo todo, havia uma tensão entre eles. Quando discutiam projetos e ele pousava os olhos negros em seu rosto, ela imaginava se estavam falando sobre outro assunto. Às vezes ela percebia os olhos dele observando-a quando não estava prestando atenção.
À noite ela não parava de pensar nele, e analisava tudo o que se passara ao longo do dia.
E às vezes, quando estava quase adormecendo, naquele momento em que tinha menos controle, ela permitia que sua mente vagasse entre fantasias românticas, como uma em que ele adquirira o banco apenas porque se apaixonara por ela naquela noite.
No trabalho ele raramente sorria, mas quando acontecia, todo o seu interior se revirava. A voz grave e sedutora dele atrapalhava sua concentração, e ela precisava lutar para esconder isso com um sorriso neutro.
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Sonhos de Uma Noite
RomanceAlto, moreno, lindo e grego... O deslumbrante bilionário Samos Stilakos é o sonho de muitas mulheres. E é bom que Ellie O'Dea saiba que várias já tiveram o prazer de realizar esse sonho... Agora, ele será seu chefe... Mas Sam é t...