Como os ricos viviam...
Não foi necessário chamar um táxi. Irene combinou que pegaria Ellie no caminho do aeroporto e chegou na hora marcada. Um chofer uniformizado saiu para ajudá-la com a mala.
Ficou claro por que Irene falara vagamente sobre reservas. A família Stilakos não fazia reservas. Tinham um jato particular.
Ela poderia ter apreciado mais a viagem se não estivesse se sentindo uma impostora. Irene quisera sua companhia pela ligação com o filho, mas esta aliança fora rompida. Deveria explicar, ou será que Irene sabia?
Não demorou para o assunto surgir. Estavam deixando os limites de Sydney.
— Como Sam ficará sem você? — Irene perguntou. Um brilho de satisfação iluminava os olhos dela cada vez que pousavam em Ellie. — Será bom para ele sentir sua falta.
Ellie sentiu a face corar. Uma fisgada ameaçou se espalhar pelo peito.
— Na verdade, não trabalho mais para Sam. Tenho outro emprego agora. — As palavras pareciam suspeitas até mesmo para ela, que não se surpreendeu quando Irene arqueou as sobrancelhas. — Senti 152
que era o momento de expandir meus horizontes Já era hora de estabelecer novos objetivos e trilhar meu caminho. Gosto do meu trabalho, Irene.
Irene parecia duvidar, e Ellie ficou irritada. 0 que precisaria falar para convencê-la?
— É claro que eu gostava do emprego no banco. Fiquei lá muito tempo. Mas não há nada como a emoção de descobrir que se é capaz e poder testar as habilidades até o limite. Isso sim é adrenalina. — O ceticismo nos olhos cinzentos aumentou. — Agora faço parte de uma equipe de assessoria empresarial.
— É mesmo? — Ellie quase podia ver a mente dela formulando suas próprias conclusões.
O almoço foi servido por uma comissária, mas Ellie não conseguiu comer. Pessoas que arruinavam a própria vida não precisam de alimento, nutrem a si mesmos com seus próprios arrependimentos. Nem conseguira rir do cartão-postal que recebera da Terra do Fogo. "Estou voltando para nossa casa, querida. Lamento a demora. Com amor, Mark."
Com amor. Irônico. Era uma palavra que ele evitara no passado. A loura em Melbourne devia tê-lo ensinado algumas coisas.
Enquanto o avião sobrevoava o aeroporto antes de pousar, a vista trazia a promessa de férias e prazer.
Engraçado como a idéia de prazer podia ser tão deprimente.
Um casal idoso com expressão ansiosa esperava no desembarque. Quando ela e Irene saíram, houve um momento de hesitação das duas partes, mas depois o casal e Irene se abraçaram chorando. Na confusão de perguntas, protestos e abraços, todos falavam tão rápido que ninguém conseguia entender nada.
Depois que terminaram, Irene apresentou Ellie a seu irmão Jack e à esposa, Rosemary, e explicou que eram os pais do noivo.
— Esta é Ellie, uma amiga de Sam.
Jack e Rosemary ergueram as sobrancelhas e examinaram Ellie cora desconfiança. Ela franziu a testa para Irene, que respondeu com um sorriso inocente. Havia um toque de orgulho naquele sorriso?
A tripulação apareceu com a bagagem e a entregou a um chofer. Logo eles entraram em outra limusine.
— Como estão os preparativos? — Irene perguntou.
O casal se entreolhou e Jack revirou os olhos. Rosemary inclinou a cabeça. Mal mexendo os lábios, ela disse:
— Houve problemas. Acho que você pode adivinhar.
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Sonhos de Uma Noite
RomanceAlto, moreno, lindo e grego... O deslumbrante bilionário Samos Stilakos é o sonho de muitas mulheres. E é bom que Ellie O'Dea saiba que várias já tiveram o prazer de realizar esse sonho... Agora, ele será seu chefe... Mas Sam é t...