Sonhos de Uma Noite

Capítulo 27

De repente, ela se levantou e seguiu em direção aos elevadores. Por que concordara em ir ao casamento? Um elevador chegou imediatamente. As portas se abriram com Irene, o mordomo e a baga­gem dentro.

— Oh, Ellie. Que bom. Fico feliz em tê-la en­contrado.

— O que houve? — Ellie disse, surpresa. — Vamos embora?

— Não. — Irene explicou que Rosemary e Jack queriam que ela ficasse com eles na chácara para poderem conversar melhor. — Venha se quiser, Ellie.

— Acho que prefiro ficar aqui — disse ela, sen­tindo-se uma intrusa na reunião familiar. — Vejo você no jantar.

Percebeu que Irene não tentou insistir. Na verda­de, ela parecia animada, como se estivesse traman­do algo. No entanto, sentiu uma pontada de medo. Não deveria ficar de olho em Irene?

— Divirta-se — ela falou antes de sair.

O que uma mulher solteira poderia fazer sozinha no Palazzo Versace?

***

Havia mudanças no apartamento. A cama na suí­te principal parecia ter sido refeita, e as roupas de Ellie estavam lá.

O mordomo de Irene andara ocupado.

Deveria se deliciar na enorme banheira antes de trocar de roupa para o jantar?

Enquanto a banheira enchia ela se despiu e pren­deu o cabelo. Ouviu então o que parecia ser uma batida na porta. Desligou a torneira e vestiu um rou­pão. A batida soou de novo, forte e inequívoca.

Ela abriu a porta e seu coração parou. Sam estava lá, alto, forte e real.

Usava uma calça jeans e uma camiseta preta que evidenciava o contorno do tórax. O impacto de ver os braços fortes tão perto dela a deixou sem fôlego.

— Posso entrar? Ela corou.

— É claro. Por favor, entre. — Ela deu um passo para trás e pôde então ver a mala que ele arrastava.

Ele andou até a sala e se virou para observá-la. O último adeus ainda pesava no ar, mas os olhos dele pareciam calmos e firmes.

— Eu não esperava você.

— Deu para perceber. Desculpe se cheguei em um momento inconveniente. Não quero incomodá-la.

— Não incomoda,

Ele olhou em volta do quarto, onde as roupas ín­timas dela estavam espalhadas sobre a cama.

— Estamos sozinhos?

Ela assentiu. Ele ergueu as sobrancelhas.

— Posso perguntar o que você e minha mãe fi­zeram?

Ela explicou sobre a partida de Irene.

— Vou encontrá-los mais tarde no jantar.

Ela sofria com a percepção do amor que ainda sentia por ele. Sam era tão alto e belo, tão inteligen­te, honesto e sexy. Se a tomasse nos braços agora...

Ela engoliu em seco.

— Você... veio ver Irene?

O olhar dele encontrou o dela.

— Que outro motivo eu teria além de homenage­ar os noivos? — A expressão dele não suavizou e a esperança dela morreu.

Ele foi pegar a mala.