Capítulo 38

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Capítulo 38

- Bleeding Out – Imagine Dragons

(leiam a minha nova fic - Las Vegas (; Promete!)

Após termos terminado a refeição, todas as caras misteriosas seguiram um caminho diferente, indo uns para a sala principal, outros para o exterior ou para os quartos. Permaneci com o Harry e com a Ciara, que também eles foram para a sala principal. Mais uma vez, fui o centro das atenções, continuando toda a gente a olhar para mim como uma estranha, fazendo-me sentir uma intrusa. Fomos para um local junta a uma das grandes janelas, e sentamo-nos numa mesa de xadrez. Não iriamos jogar, aliás, eu nem sequer sei jogar xadrez. Havia imensas perguntas que lhes queria fazer, a começar por aqueles ‘empregados’. Todos eles tinham um ar miserável e como tinham os braços tapados pelas camisas, não consegui ver se tinham símbolos ou não. Serão humanos? E porque é que estão aqui sendo assim? Parece que entrei num mundo aparte, um mundo que eu ainda não tenho a sabedoria suficiente para compreender. Tudo é tão diferente do que estava habituada e os pequenos detalhes, por mais ridículos que pareça, são o que me coloca mais confusa. Há coisas que não batem certo, é como se não houvesse uma harmonia entre o que eles dizem e o que eu vejo. A minha cabeça está uma completa algazarra, e cada dia que passa, algo novo surge para me atormentar e me fazer querer fugir daqui a sete pés, mas sei que não posso fazer isso, não agora. Arrisco-me a ser vista por alguém que eu conheça, ou as pessoas que andam atrás de mim podem querer apanhar-me e fazer-me mal. Outra história que está mal contada. Nunca cheguei a entender o porquê de eles terem destruído a minha casa, não faço ideia como é que eles são, o que é que eles são, onde vivem, qual é o seu objectivo… Nada! Acho mais fácil dizer o que realmente sei, do que não sei, a lista sempre é mais pequena.

“Ouviste-me?” uma voz faz-me voltar a aterrar na terra, abandonado a terra onde apenas residem os meus pensamentos. Estremeci ligeiramente, pestanejei várias vezes tentando normalizar e deparei-me com a expressão confusa da Ciara.

“Desculpa, estava distraída.” Desculpei-me, enquanto apoiava agora a minha cabeça sobre a minha mão.

“Não tem mal” sorriu “Perguntei-te se querias café.”

Respondi-lhe que não queria café, Harry disse o mesmo que eu. Ciara colocou-se de pé informando que iria buscar um para si, e depois abandonou a divisão deixando-me sozinha na mesa com ele. Suspirei de leve, e encostei-me por completo à cadeira, encarando a janela. Era uma janela bonita até, grande e com uns efeitos engraçados no vidro, como se fossem desenhos, só que em vez de serem numa tela, eram na janela. Harry permanecia calado, demasiado até. Acho que agora é o momento ideal para lhe perguntar quem eram afinal aqueles ‘empregados’.

“Vais explicar-me agora, sem mentir, quem eram aquelas pessoas que nos estavam a servir com um ar tão cansado?” Questionei sem o encarar, continuando a fitar a janela.

“Já te disse que eram empregados nossos.” Declarou, porém, havia uma pequena insegurança patente na sua voz, sabia perfeitamente que me estava a mentir, já o conheço.

Voltei a suspirar, e encarei-o agora. Aqueles grandes olhos estavam bem abertos, havia algo a atormenta-los, algo como a pergunta que lhe fiz e o facto de ele não me estar a dizer a verdade. “Sabes Harry” comecei “Eu conheço-te bem o suficiente para saber que me estás a mentir”.

Ele engoliu em seco e eu permaneci a olhar para ele à espera de uma resposta minimamente aceitável. “Tudo bem, eu conto-te.” Dei-lhe sinal para avançar. “São… humanos”.

“Como assim humanos?!” perguntei incrédula, não estava a acreditar no que estava a ouvir.

“Nós temos um acordo. Protegemos os humanos das criaturas deste lado, e em troca, eles trabalham para nós, fazem o que nós mandamos.” Terminou.

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