SHE IS ABNORMAL

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Levei Lisa para casa, a minha. Sem dúvidas não poderia deixá-la na sua própria residência, não depois do que eu vira por lá.

Se manteve desacordada por todo o trajeto. A deixei em minha cama, passo a observar seu rosto sereno adormecido. Deixo uma risada pequena e baixa fluir, Lisa parece adorar adormecer em meus braços, considerando que essa é a segunda vez que isso acontece. Trazê-la aqui pode levar as coisas para outro patamar, sem sombras de dúvidas isso vai fazer com que nossa amizade evolua de alguma forma, para o bem ou para o mal, isso nos aproxima.

Não suporto os completos opostos que temos em cada traço de personalidade, sinto que não conseguimos concordar nem mesmo quando uma diz que o céu é azul, a outra há de discordar e apontar outro argumento. Mas não serei relapsa, reconheço que Lalisa tem muita beleza... a coragem reflete no brilho de seus olhos e isso me fascina. Por falar neles, tenho que ressaltar a bela cor que possuem, o formato também é interessante. Quando está determinada, suas palavras saem sempre firmes de sua boca, o que por vezes desmonta a sua imagem fofa. Você é uma garota bonita, corajosa, curiosa e interessante, aqui eu admito, mas nunca em voz alta.

Agora, enquanto te observo e escrevo sobre isso, me pergunto o porquê de eu estar pensando em você. Quando foi que eu me interessei por uma garotinha rica e perfeitinha? Tão meiga, tão indefesa. Talvez fosse seu corpo, seu rosto, posso ter me sentido desafiada pela sua forma de ser. Eu me sinto intimidada por você e percebo que nem mesmo faz esforço para causar esse efeito. E como eu consigo apontar suas características apenas te observando quando eu nem ao menos te conheço direito? A estranha sensação de já ter te conhecido ainda é muito presente em mim. A lembrança de já ter tocado em seus cabelos, o cheiro que sai de você, o tom familiar da voz... 

Já chega.

Ps.: vou queimar essa merda, escrever está me deixando patética. A última coisa que quero no momento é me tornar uma romântica incorrigível como Rosé — espero que não tenha ofendido, mas se ofendeu não dou a mínima.

- Jennie




Tiro a jaqueta e tateio até os bolsos para encontrar o celular, ligando para Rosé logo em seguida.

— Rosé, preciso que venha para casa... Agora — Falei quando ela atendeu no quarto toque.

°° Mas... são... quatro e cinquenta da manhã... — Ela tinha uma voz rouca e eu tenho certeza que estava com um bico enorme nos lábios, sei o quanto odeia ser acordada.

— E daí? Horas atrás você parecia bem energética com Jungkook. O que aconteceu com a disposição?

°° Não queria sair e deixar Momo acordar sozinha...

— Essa é a magia do sexo. No começo todo mundo se ajuda a tirar as roupas, mas ao acordar pela manhã é cada um por si pra encontrar a calcinha jogada em cima do abajur e se vestir. Entendo o seu querer em mudar esse conceito.

°° Trate a vizinha bem e ela nunca negará uma xícara de açúcar. Sabe o que quero dizer. — Sua voz soou maliciosa.

— E então. Não a matou, matou?

Do jeito que Rosé estava depois de se alimentar, poderia fazer Momo delirar de prazer e literalmente morre de satisfação, regozijo, júbilo, qual você preferir. Nesse caso, todas definem uma só coisa: Morte Pós Sexo. Deveria tentar escrever um livro estilo guia preparatório? Ainda não acho que tenha propriedade para isso, deixarei para pensar na possibilidade no meu aniversário de 80, já terei vivido uns bons bocados.

R E M A K E - M E  [First and Second Season]Where stories live. Discover now