CAN'T SLEEP

3.1K 420 760
                                    

Point Of View: Lalisa Manoban 

Era de manhã, aproveitei os poucos minutos antes de ir a escolar para conversar bobagens com Irene. Enquanto eu comia, Bae tinha brincado com meu cabelo comentando sobre minha semelhança com os desenhos que assisto, arrumou-o num rabo de cavalo. Meu cabelo está longo, mesmo amarrado as pontas batem no quadril. Embora receba elogios frequentes, devo cortar, é cansativo tratá-lo.

Diante da propaganda de perfumes de uma sede local, tomei o campo de visão de Irene e sentei em seu colo, agarrando seu pescoço. Ela passou seus braços a minha volta.

- Estive pensando... — Começo com cautela. Bae brande a mão e ajusta minha franja. — Você deveria vir morar aqui de uma vez... sabe, trazer Seulgi junto.

- Humm... — Percebendo minhas intenções soltou uma baixa risadinha gutural. Ela fixa na TV novamente. — Ficamos longe por muito tempo e agora Seulgi está com a família, não quero dar motivos para distanciamento novamente. 

- Você finalmente está com sua irmã, achei que fosse querer. — Irene separa as pernas e eu caio no meio delas, estamos na mesma altura agora e ela me encara. — Tudo bem, então todas deveriam vir pra cá.

- Está querendo formar uma zona, não é? Mais pessoas ficariam de olho em você em tempo integral. 

- Ah, Baechu... — Lamento.

Lá vem essa história de novo. Eu odeio isso, o fato de eu sempre precisar estar sendo vigiada, protegida, como se eu fosse um pedaço delicado de vidro que pode ser despedaçado a qualquer momento. 

- Lisa? — Diz ela, com rosto aflito ao notar minha expressão murchando. Dar tanta preocupação para todo mundo me incomodava profundamente. — Não retome o assunto. Já falamos sobre isso e lembro-me de você dizendo que assume a responsabilidade. Sabe que não fazemos isso apenas para salvar a humanidade, o negócio é você, só você nos importa. — Me deu um beijo estalado na bochecha.

Vimos a porta principal ser aberta, Seulgi e Jennie entraram. Jennie com suas típicas botas de salto alto e roupas provocantes. Ela tem mesmo que ir assim para a escola? Lembro de repente do que aconteceu noite passada e fico sem jeito.

- Hora da escola. — Jennie alerta, fez um movimento com a mão, apressando-me. Levanto e pego meu celular. Me despedi de Irene, abracei Seulgi e me retirei junto com Jennie antes de vê-las entrelaçadas no sofá.

Sua moto brilhavam em baixo do sol, o caminho até o portão automático foi mortalmente silencioso com exceção das chaves que tilintavam penduradas em seu dedo. Uma vez que chegamos, ela toma o assento e me entrega seu capacete.

- Não vai usar um também? — Pergunto baixinho, ainda acanhada, com o capacete em mãos.

- Eu não costumo dar o meu capacete para qualquer um, então não tenho outro. Além disso, eu não preciso. — Respondeu me olhando de cima a baixo, como se tivesse percebido algo.




















Encará-la não me constrangia, o fato de não ter sido correspondida noite passada é que gelava meu estômago. 

Sempre sinto calafrios na espinha quando observo seus olhos. Sinto medo, sem dúvidas. Como a sensação do medo de estar na ponta de um lugar alto e sentir o corpo arrepiar sempre que tiver medo de cair. Neles eu consigo ver ferocidade, confiança, atitude. Mas por raros momentos ganham um brilho que quer dizer outra coisa... delicadeza, carinho, medo.

Dizem que se você conhece uma pessoa muito bem é possível saber quando está mentindo. Mas Jennie parece ser uma mentirosa nata. Mente facilmente os seus sentimentos. Sua atitude existe para que tenham medo de confrontá-la, pois ela tem medo de se aproximar das pessoas, medo de se decepcionar, por isso nunca espera nada de ninguém, se não tiver expectativas, não terá decepções.

R E M A K E - M E  [First and Second Season]Where stories live. Discover now