F A M I L Y A L L I A N C E

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Eu me senti tão diferente quando Jennie fez aquelas coisas. Sinto dificuldades de descrever aqui, mas tenho certeza que nunca vou esquecer a sensação.

Acho que sinto algo muito grande por ela, e eu não sei como definir o que sinto. Eu espero não ter trabalho em demonstrar isso. 

Costumamos selar contratos verbais contra tudo aquilo que tememos acontecer. Mas sempre que eu te beijo, tenho certeza; não quero beijar nenhuma outra boca. Não quero tocar nenhum outro corpo. Não quero ter mais ninguém, porque sinto que você supre tudo aquilo que eu preciso e muito mais. Você não é minha metade, é todas as peças que me compõe e tudo aquilo que muda o meu pensamento, faz minha cabeça virar, é o perfeito exemplo de "nem tudo é o que parece".

Eu tenho certeza que você mudou, e tenho certeza que você está me mudando. Nessas horas eu me surpreendo com o tanto de influência que você tem sobre mim. 

Sinceramente?

Sinceramente, eu não me imaginava com alguém como você. Não me imaginava apaixonada por uma mulher. Foi aí que eu descobri que isso não significa nada. Eu me apaixonei por você, não pelo seu gênero sexual ou físico feminino. E por eu gostar de você, eu passo a gostar totalmente do seu corpo também. Mas o ponto não está aqui, eu sempre me pergunto, por que tem que existir esse tipo de questionamento? Não deveríamos explicar o porquê de amar alguém. Porque quem ama muitas vezes nem sabe o que é amar, nem o quê ama, e nem o porquê. Apenas amar já diz tudo. E talvez um "eu te amo" nem seja o bastante. Porque todo aquele turbilhão de sentimentos é simplesmente indefinível, algo muito mais forte do que apenas três pequenas palavrinhas.

Você usa botas de couro, anda por aí em uma moto, é o clássico modelo "má influência". Mas não importa a casca em que a alma daquele ser humano habita, nosso corpo é apenas uma caixa, algo que não define nada. E costumamos nos esquecer disso, e Jennie me recordou e me reexplicou da melhor forma possível. Me fez sentir viva, me fez sentir a melhor coisa que já senti. Honestos existem aos milhares, inteligentes intelectuais e bons cozinheiros às pencas, poetas, românticos incorrigíveis, carinhosos, músicos... ah, o mundo está cheio. Mas ninguém consegue ser do mesmo jeito que o amor da sua vida.

Eu a amo, mas me sinto um pouco mal por definir isso depois de uma transa, não quero que ela pense que a amo apenas por causa do que ela fez com o meu corpo. 

Eu não a amo porque preciso dela, eu preciso dela porque a amo. É o que sinto.

Eu gosto de como eu me sinto perto dela, quero ser uma das principais responsáveis pelo seu sorriso. Quero fazer ela sorrir em todas as manhãs. Mesmo que eu tenha medo de acordar e ver que Jennie não é a mesma pessoa da noite anterior. Eu ainda tenho medo de ela sumir novamente e depois voltar dizendo que se arrepende. Eu não gosto do jeito que ela foge de suas escolhas. Não gosto do fato de ela sempre escolher resolver o lado ruim que ela própria inventa em sua mente, ao invés de viver a realidade do lado bom.

Eu tenho certeza que ela me ama, gostaria de ouvi-la dizer, mas gosto mais ainda quando seus olhos roubam o papel de sua boca e me revelam isso sempre que eles brilham para mim e suas pupilas se dilatam.

De qualquer forma eu a amo, e vou amá-la, nada tão bom para a saúde do que um amor correspondido, por isso que afirmo agora, que o auge da felicidade é ter a convicção de que somos amados. No começo eu estava tentando encontrar até onde ia o fim do que sinto por Jennie, porque sempre achei que fosse realmente muito grande. Mas agora, acho que a conclusão consiste em nunca tentar medir o amor. Porque, sim, é um amor pobre, aquele que pode ser medido.  

R E M A K E - M E  [First and Second Season]Where stories live. Discover now