DRAMA RECEPTION

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se você leu até aqui, saiba que já foram 50. Peço que dê uma descansada e entre de cabeça em outra fic, yes? yes. Leia betting everything e quando terminar vai saber o próximo passo.



Point Of View: Jennie Kim

Era três da tarde e misturar minha jaqueta preferida no meio dessas bermudas tácteis era um insulto à minha imagem. Me empertiguei enquanto observava o espaço ao redor, com a falta de classe do ambiente e a ausência de etiqueta no comportamento desses humanos eu não consegui ter outra reação que não fosse desprezo. Nunca fui muito fã de festas na piscina, menos ainda se estas fossem frequentadas apenas por garotos cujo o cérebro fora substituído pelo uso excessivo de anabolizantes. Podia sentir de longe o cheiro de bronzeador e cloro de água rastejando pelas peles rubras. Depois que o colegial acabou pensei que estaria livre dessas chatices, mas cá estou eu. Humpf, emito, levanto a gola de meu suéter escuro, tento cobrir o queixo. Preferia arrastar o meu traseiro pela ladeira do inferno. Ri com o pensamento.

Mas de qualquer maneira foi até divertido observar a atmosfera calorenta se esfriar com a minha chegada. O sol pareceu ter recuado da piscina. Era o que geralmente minha aura causava.

- Jennie Kim. - A voz de Andy foi forçada para parecer dura, mas sua aparência se assemelhava a de um frango depenado, era inegável, eu mesma conseguia sentir o frio do medo tomando conta de todas as suas entranhas, tornando-o quase incapaz de se mover.

Era incrível a evolução de um Demônio. Enquanto um humano continua progredindo normalmente, um Demônio alcança a mentalidade de 40 aos 19. Meses atrás eu era tão... imatura. Bem, ainda acho que eu seja, é charmoso da minha parte admitir que o antes ainda habita em mim muito vivamente por sinal. O meu efeito sobre as coisas se tornou mais intenso. Todos os quilômetros de invólucro de pele que cobriam os ossos de Andy tinham se eriçado e eu nem ao menos o toquei. Capaz de expulsar o sol escaldante do verão, essa sou eu.

Eu tinha me tornado uma presença sufocante para qualquer um suportar. Os sensitivos perdidos pelo mundo a fora chegavam a sentir sua pressão degringolar com o meu chegar, temerosos, sem saber como explicar, fugiam. Não me orgulho, tenho ciência do peso que carrego. Embora tenha as piores ferramentas para isso, tento ser a melhor que posso.

O problema anterior ainda estava ocorrendo, mas não tinha sido nada, nada comparado ao que estou pronta para enfrentar agora. Sentia que aquilo havia sido apenas uma guerra preparatória, um teste avaliativo climático, um ensaio em comparação ao que possivelmente aconteceria no grande dia onde toda a humanidade finalmente seria levada para o verdadeiro caos.

Do Laos ao Líbano, onde eu sinto a concentração de acontecimentos, a enxurrada se dando início. Os cristãos estavam enfadados, a cada ano que se passa mais e mais são esquecidos ou jogados para a morte, a política não era a mesma, a democracia não é justa, as pessoas se enfraquecem ao se permitirem mastigar as drogas. Um modo de vida tortuoso e depressivo. Suspiro profundamente. Eu que o diga sobre esse modo de vida.

As pessoas morrem todos os dias, é divertido vandalizar, irmãos não confiam nos pais e a polícia não protege ninguém. O que sobra é a proclamação religiosa na qual os humanos se apegam, numa entidade forte que controla tudo, algo em que possam se agarrar nos momentos de dificuldade quando precisarem de consolo emocional ou culpar quando não trabalham o suficiente para alcançarem o que almejam.

Era tudo uma turbulência interminável. Em suma, para muitos, Deus estava morto.

Não me sinto feliz. Esse cenário degradante é o ideal para um Demônio, pelos menos era para o retrogrado eu, mas atualmente a minha perspectiva de vida não enxergava isso como mundo perfeito. O céu e o inferno têm seus limites, foram criados separados e devem continuar assim. Da mesma forma que as asas de um Anjo são delicadas demais para resistirem ao inferno, as de um Demônio é criada por toda uma vida nas sombras e por isso não suportaria toda a luz do céu. Nenhum deveria se sobrepor ao outro. Os existentes dessas extremidades precisam enxergar os seus lugares e se manterem em seus papéis.

R E M A K E - M E  [First and Second Season]Where stories live. Discover now