PNF - Capítulo 03

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O capítulo sairia na sexta sim, eu não estou doida, mas é que hoje é aniversário de uma pessoinha que pediu um capítulo de "presente". Ela é chantagista, trambiqueira, safada, mas me acompanha desde o primeiro momento... quando eu ainda estava pensando em começar escrever essa história. Ela me deu força desde o momento zero! Essa história é mais dela do que minha hahaha, sério.

vilma34 parabéns pelo seu dia, muita felicidade, saúde, amor e muitos videos de homens seminus dançando hahaha, tô brincando. Que Deus continue te abençoe hoje e sempre! Amo tu

Aos demais cremosos, hoje vocês irão conhecer a pessoa mais fora da casinha que existe, vulgo Rodrigo Aguilar, não tentem achar muito sentido nele.

***

[Rodrigo Aguilar - São Paulo, 1998]

—Rô, você vem pra minha festa?

Raquel perguntou animadamente, com a metade do corpo virada pra trás pra olhar pra mim e esperando uma resposta, parecia o curupira e eu ri internamente por essa associação. Se bem que o curupira só tem os pés virados, né? Não sei, não sou muito ligado ao folclore do nosso Brasil.

Ela demonstrava muita felicidade, tipo muita, enquanto me esperava responder, como se tivesse tido a melhor ideia do mundo. E eu só conseguia pensar em como eu tinha medo de gente que é muito feliz de manhã. Tipo, por que caralhinhos a pessoa teria motivo pra ficar feliz pela manhã? Pra mim é só tristeza.

Do meu lado, o Miguel não pareceu gostar muito do convite, se mexendo incomodado no lugar e soltando umas lamúrias desgostosas que ninguém entendia, ou talvez seja uma língua que eu não era fluente ainda, alem de olhar pra sua amiga com um olhar mortal. Por isso resolvi alfinetar, porque, né, aquele se tornou o meu trabalho.

—Não sei. Só se o Miguelzinho quiser que eu vá...

—Não me chama assim, já disse, e quem dera se eu tivesse poder pra isso.

Resmungou e eu sabia exatamente do que ele estava falando. Ele não conseguiu escapar das aulas de matemática pra mim, já que depois que eu consegui entender alguns exercícios que tinha mais dificuldade, o professor mandou continuar. Estávamos na nossa terceira aula na semana e seu humor ainda não tinha melhorado. Azar o dele, pois eu estava gostando e me divertindo.

Loirinho marrento. Tão lindo quanto marrento.

—Quando é a festa, Raquel? – Perguntei.

—Amanhã.

—Sendo assim, eu vou.

Meus pais que se conformassem, se eu disse que iria, eu iria mesmo. Em todo caso, a janela estava lá pra isso.

—Ótimo.

—Ótimo.

O segundo 'ótimo' não veio no mesmo tom de animação da sua amiga, deixando claro que ele estava sendo irônico, parece que temos alguém nervoso aqui. Segurei então o riso, enquanto disfarçava olhando forçadamente pro meu caderno em cima da mesa.

Passei a adorar deixá-lo todo irritado nesses últimos dias, era meu inferno pessoal, sim, inferno mesmo, já que estava evidente que ele me odiava. Se não odiava, não chegava a ser muito meu fã. Mas eu não conseguia resistir, cada vez que eu via aquela carinha de bebê emburrado porque acabou a papinha, eu logo achava mais um motivo para incomodá-lo.

É claro que eu sabia que boa parte disso era por conta da rivalidade da nossa família, pelo que eu entendi, ele levava muito a sério seja lá a droga que ouviu dos pais e por isso me evitava tanto assim. Não podia culpar ele por isso, eu também cresci com toda essa baboseira e, juro por Deus, pelo menos uma vez por semana alguma coisa era dita pra me lembrar das pessoas que eu deveria me manter afastado. Mas, né, aqui estou recebendo aulas dele. É a vida!

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