Capítulo 6

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  Os primeiros raios do sol brilham no horizonte, as ondas batem contra meu bote e o vento sopra meu cabelo contra meu rosto, eu seria motivo de riso para Noah se ele visse minhas tentativas de remar direito e chegar a margem, solto os remos frustada e retiro os pedaços de papel escondidos em minha roupa começo a analisa-Los, eram documentos, rotas e um pequeno caderno de couro com uma fivela na frente soltei os outros papéis e me concentrei na caderninho em minhas mãos, passo a mao sobre a capa o analisando, deslizo a fivela para o lado o abrindo, começo a olhar página por página lendo as anotações e os esboços de mapas, estrelas e desenhos o leio palavra por palavra e tento decorar cada rota e desenho que vejo, perco a noção do tempo e quando o sol já está brilhando alto no céu lembro de que preciso voltar e encontrar Noah, então guardo o livrinho e volto a remar, aos poucos começo a me aproximar da areia, posso ver vários homens na margem e sorrio comigo mesma o Até que não os impediu de ir pescar, me pergunto se meu pai se deu o trabalho de se perguntar onde eu estava se chegou a se preocupar comigo.

  Conforme a praia vai se aproximando, engulo em seco, vendo que os vários homens não eram pescadores os uniformes ficam cada vez mais definidos, me pergunto se ainda estavam procurando algum pirata, o bote para na areia e pulo pra fora dele molhando o vestido, começo a correr para a areia seca.

- Parada ai mulher!!!

  Escuto alguém gritar atrás de mim  e me viro vendo não um mas três homens apontando a arma pra mim, fico sem entender, um deles caminha até mim com correntes e puxar meus pulsos com força e prende-los olho pras correntes e para o rapaz sem entender ainda mas ele começa a me arrastar cada vez mais para dentro da cidade, estou sem reação escuto vozes e logo vejo a Praça da feira onde uma multidão está aglomerada, sou empurrada, então finalmente saio do transe quando enxergo uma alta plataforma de madeira sobre ela ha um homem pendurado, começo a me debater tentando correr para longe dali mas então a mao forte do guarda que me segurava me puxa para o outro lado me afastando da praça,  continuo me debatendo tentando escapar e sinto outra mão e fechar em volta do meu outro braço, escuto os homens atrás de mim rir enquanto continuam a me arrastar, então sou arrastada pelas frias paredes de pedra, olho em volta escutando lamentos e risadas enquanto passo por várias celas já ocupadas, olho assustada para os lados e nem vejo como mas as grades dé fecham na minha frente.

- Você vai morrer... pirata.

  O rapaz fala antes trancar um cadeado e começar a andar em direção a saída, bato as mãos contra as barras.

- Eu não sou pirata... Isso é um engano...

  Ele nem se vira e vai embora, dou mais um soco contra a grade me sento no chão escondendo o rosto nas mãos tentando me acalmar e tentar raciocinar melhor, retiro o caderninho o abrindo novamente fico o observando página por página.

- O que é isso Rachel?

  Fecho o livro rápido e o coloco atrás de mim, olho pra frente vendo Henri parado de frente pra minha cela ele parece ainda esperar minha resposta.
- Um diário... Henri eu sou inocente... Eu juro que não sou pirata ou seja la o que acham que eu sou.

Me levanto caminhando até as grades fico de frente pra ele segurando as barras.

- Eu sei que não... Mas você já cometeu crimes... Não sei se vou conseguir te soltar, mas por que nao me da o diário... pode ajudar e...
Dou um passo pra trás na mesma hora me afastando dele, sinto a parede de pedras contra minhas costas.

- Não.

  Ele também se afasta ainda me encarando.

- Não?... Sabe Rachel eu sempre te admirei de longe... a garota mais bonita da vila... e também a mais rápida e com um talento pra entrar em confusão.

Ele fala sorrindo pra mim.

- E sempre sai deles sozinha.

Eu digo o encarando seria e ele solta um leve riso, isso não era bem verdade e ele parecia saber disso.

- Mas dessa vez... me deixa te ajudar... me deixa te tirar daqui te salvar...

É minha vez de soltar um riso nervoso, nunca fui exatamente uma donzela em perigo.

- Mesmo que eu quisesse... você não tem como fazer isso... ou tem?

Ele baixa a cabeça e da um passo a frente novamente, me aproximo da grade mais uma vez.

- Rachel... você foi condenada a forca... por pirataria, roubo e bruxaria.

Dou risada nunca tinha pensado que esse seria meu fim.

- Bruxaria?... Eu não sou bruxa... muito menos pirata.

Falo com nojo... depois da experiência da noite passada sentia apenas ódio e nojo de qualquer pirata.

Henri segura as grades ficando mais próximo de mim.

- Eu sei... e vou fazer de tudo pra te tirar daqui... mesmo que nunca me ame.

Ele passa um dedo pelo meu rosto colocando uma mecha de meu cabelo atrás da orelha, fecho os olhos tentando conter as lagrimas, quando recupero a coragem para abrir os olhos ele nao está mais la, volto a sentar contra a parede.

- Antes que seu namorado te salve... você vai estar pendurada... ninguém fica aqui mais que um dia menina.
Alguém na cela à frente diz, tento não pensar nisso, então tento ocupar minha mente com a unica coisa boa que vem a minha mente... Noah... será que ele já sabe o que aconteceu comigo? Jogo a cabeça pra trás à deixando escorada na parede.

Sete MaresWhere stories live. Discover now