Sete Mares

Capítulo 19

  Dor, minha existência se define por essa palavra, não importa o quanto eu tente escapar a dor sempre me alcança, não importa o quanto eu corra e o quanto eu lute ela está um passo a minha frente apenas... esperando.

  Abro os olhos aos poucos a claridade me faz cega por alguns instantes, tento me erguer mas a dor intensa por todo meu corpo faz com que eu mal consiga me mover.

- Eu mandei ficar no Imperatriz!

Escuto a voz rouca do capitão e como em flashs tudo volta a passar por meus olhos, algumas lágrimas escorrem por meu rosto e se possível até mesmo elas me causam dor.

- Sabe o que ia acontecer se eu não tivesse aparecido?

Soluços escapam por minha garganta, o misto de medo, tristeza e arrependimento invadem casa parte do meu ser.

- E..Eu não quero ser.. pri..sioneira de ninguém, por favor... Eu quero ser livre... ou então me mate logo, é melhor morrer do que viver assim.
Fecho os olhos apenas esperando o fim, passo um das maos por cima do cobertor causando pontadas de dor onde quer que eu toque.

- Você nem sabe o que é liberdade... vai morrer em minutos sozinha... Vista!

Abro os olhos e vejo uma camisa branca em sima do cobertor, pego ela com dificuldade e visto, a cada movimento vários gemidos de dor.

- Mas você consegue não consegue? Aqueles homens? Você me salvou?
Escuto uma risada e olho para ele, sento o que faz eu arfar de dor, termino de abotoar a camisa.

- De nada por isso... Mas devia ter me obedecido... que nunca mais se repita!

Olho fundo nos seus olhos enquanto ele fala.

- Não vai me matar então?

- Acho que já foi punida o bastante por ter saído não concorda?

Faço que sim com a cabeça várias vezes, passo a mão pelos meus cabelos.

- Você quer mesmo ser livre?

Pisco várias vezes, afinal o que é liberdade? Faço que sim com com a cabeça.

- Pois bem... Que seja você nem sabe o que quer.

Meu coração se aperta em meu peito, o que eu quero de verdade?.

- Mas...

- Mas o que?

Ele ri mais uma vez e se aproxima um pouco mais de mim, me encolho levemente então vejo a minha adaga em sua mão, ele a estende para mim, a pego.

Analiso a lâmina e finalmente entendo o que ele falou, entendo o que vai acontecer.

- Não fique longe dela... Esteja sempre pronta!

- Sim Capitão!