Capítulo 36

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(Capitão Willian Balk)

Maldito bastardo! Empurro a porta usando meu corpo, foi por pouco.... Suspiro antes de tirar minha capa que já está molhada por meu sangue, olho para camisa grudada em meu corpo e com uma grande mancha vermelha, sento na cama tirando uma garrafa de rum escondida no pé da mesma, tiro a rolha com a boca e bebo quase metade da garrafa um gole atrás do outro, rasgo a camisa com um puxão revelando meu ombro coberto por sangue, céus não lembrava da dor de um tiro, mesmo que de raspão, derramo um pouco da bebida sobre ela, cerro os dentes para não gritar, tomo mais um gole, a garota está mudando, ela nem exitou em cortar sua mão, não exitou em o setenciar, bom.. isso é bom... Ela obedece, mas até que ponto vai sua lealdade? Eu a salvei isso faz com que ela faça minhas vontades? Ou ela ainda vai se rebelar? Tentar fugir? Ela é viva, vejo um brilho nela, ousadia e selvageria que a anos não via em uma mulher, seus cabelos vermelhos condizem com seu temperamento, sempre me desafiando mesmo sem perceber... E seus olhos, pelos mares seus olhos são como os de minha filha, minha pequena Kaisa, ingênuos mas ousados.... Não posso apagar sua chama.. não devo.... Suspiro afastando esses pensamentos de minha cabeça, o que essa garota está fazendo comigo? Por que ela me lembra tanto de tudo que eu perdi? Rachel Jones... Jones...nome interessante.
Tomo mais um gole, escuto alguém bater na porta e sem esperar por minha resposta vejo a porta ser aberta, uma mão feminina aparece na porta, ela parece tímida ao entrar.
- Eu posso ajudar..?
A voz dela é fraca, faço sinal pra ela entrar, seus olhos vão direto para meu ombro, primeiro vejo preocupação em seu rosto, ela segura meu braço mais firme do que achei que ela conseguiria, então ela olha em meus olhos, seu rosto fica vermelho e ela se afasta.
-Precisa enfaixar isso ou vai ficar com febre..... Posso?
Ela rasga a barra de seu próprio vestido e sem esperar que eu a responda ela amarra forte em meu braço, mordo meu lábio pra não gritar.
- Desculpe...
Ela tira uma mecha de cabelo para longe do rosto e olha atentamente para meu ferimento, por que diabos ela está me ajudando? Tomo outro gole de rum.
- Por que tá me ajudando?
Vejo ela sorrir... Poucas vezes a vi sorrir ainda mais perto de mim.
- Você me ajudou... E tenho certeza que se o senhor adoecer os homens não serão amigáveis comigo.... Está me mantendo viva...
Ela ergue os olhos até os meus.
-... Eu só ainda não entendi o porquê?!
A sigo com os olhos enquanto ela levanta e saí me deixando sozinho.
-... Nem eu!
Talvez por me lembrar a minha família, talvez por lembrar de mim mesmo, ou apenas por que para o que eu preciso uma mulher me pode ser útil para conseguir meios... Mesmo que odeie o fato de usar alguém como ela assim.... Eu jurei que as vingaria...

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